O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anuncia medidas para reduzir gastos públicos

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem (24) que o governo não está “no momento” contemplando aumento de impostos. Segundo o ministro, o governo vai tomar medidas como a contenção dos gastos públicos para evitar a elevação da carga tributária e poderá reduzir subsídios.

“Em último caso, em algum momento, pode-se temporariamente estabelecer ou propor algum imposto, se for necessário, à frente. Há consenso de que a carga tributária brasileira hoje já está num nível elevado. É importante não sobrecarregar ainda mais a sociedade com impostos”, disse Meirelles, durante a entrevista coletiva para detalhar as primeiras medidas econômicas do governo do presidente interino Michel Temer.
Meirelles também destacou, durante a entrevista para detalhar as medidas de contenção do déficit público, que a devolução de aproximadamente R$ 100 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional faz parte da boa gestão das contas públicas. “Esses recursos estavam ociosos, causando custo desnecessário. Estamos fazendo uma boa gestão das contas públicas, como mencionou o presidente Temer”, disse Meirelles.
FEBRABAN - O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, afirmou por meio de nota que as medidas econômicas anunciadas pelo presidente em exercício, Michel Temer, ajudarão a resgatar rapidamente a confiança de empresários e consumidores e viabilizar a volta do crescimento econômico.
“Penso que os anúncios feitos hoje (24) contribuirão para acelerar o processo em curso de retomada da confiança no futuro, por parte de empresários e consumidores”, disse ele.
Portugal considera a confiança essencial para a volta do crescimento e da criação de empregos. “A adequação do programa de concessões de serviços públicos às realidades do mercado certamente contribuirá para este processo”, defendeu o executivo.
Entre as medidas consideradas “muito positivas e importantes para o país”, Murilo Portugal citou as que visam a reduzir o endividamento público, como o pré-pagamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de recursos transferidos pelo Tesouro e o uso do fundo soberano para redução da dívida.
O comunicado diz que “outras medidas envolvem mudanças estruturais de grande envergadura, como o limite de crescimento real zero para as despesas públicas e a simultânea flexibilização de regras para despesas obrigatórias”.
Para o presidente da Febraban, as medidas que incluem o encaminhamento para consulta pública da reforma da Previdência Social “deverão contribuir no médio prazo para recolocar a dívida pública em uma trajetória sustentável”. (Agência Brasil)