O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu ontem (9) ao ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, mais transparência na divulgação dos dados relativos à pandemia do novo coronavírus (covid-19) no país. Ele disse que houve um “claro problema de comunicação do governo a respeito da mudança na divulgação dos dados da pandemia.
Maia se referiu a uma declaração do empresário Carlos Wizard, indicado secretário de Ciência e Tecnologia da pasta, que disse que o ministério iria rever os dados estatísticos sobre a pandemia, considerados pelo empresário de “fantasiosos e manipulados”.
“Estamos aqui por conta de um problema claro de comunicação do governo com a sociedade, com os governadores, os prefeitos e o Parlamento. O que vivemos nos últimos dias, inclusive com a entrevista do ex-secretário foi lastimável”, disse Maia ao ministro interino, na reunião da comissão externa da Câmara que trata de medida de combate ao novo coronavírus. Pazuello presta esclarecimentos sobre a mudança nos registros de dados sobre a doença.
De acordo com Maia, faltou ao governo construir um ambiente de diálogo com o Parlamento, governadores e prefeitos a respeito de mudanças na divulgação dos dados. O deputado cobrou a manutenção da plataforma antiga para a divulgação dos dados para dar “transparência” nas informações relacionadas ao avanço da doença.
“Nós chegamos ao momento de hoje, com o Parlamento trabalhando para organizar os dados, o TCU [Tribunal de Contas da União] trabalhando para organizar os dados, com o Supremo Tribunal Federal dando liminar para que o senhor reproduza o banco de dados que vinha sendo feito”, afirmou.
“O que nós queremos é que todos os brasileiros tenham transparência na divulgação desses dados. O que ocorreu nos últimos dias foi exatamente o contrário, pelo menos do ponto de vista do diálogo do governo com o Parlamento e a sociedade”, acrescentou.
Durante sua apresentação, o ministro interino defendeu a mudança na plataforma de divulgação, alegando que era uma “proposta”, afirmando que os dados não podem ser escondidos. Pazuello apresentou um novo sistema desenvolvido pela pasta, que apresenta os dados de óbitos pela data em que ocorreram, em vez de quando foram notificadas, como até então.
“O modelo anterior nunca me agradou, os dados somados puros não eram dados que eu achava suficientes para os gestores”, argumentou Pazuello.
Ao ser questionado por parlamentares, Pazuello disse que vai disponibilizar também outras informações, como casos suspeitos, sob investigação, entre outros, e que os dados estarão disponíveis em até 48 horas. (Agência Brasil)
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