O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cobrou esclarecimentos por parte do ministro da Justiça, André Mendonça, sobre o relatório elaborado pela Secretaria de Operações Integradas que investigou servidores públicos integrantes do movimento antifascismo e opositores do presidente Bolsonaro, como professores universitários.
Maia afirmou que a situação política de Mendonça fica “pior a cada dia” e disse que o ministro precisa ser ouvido pelo Parlamento para se explicar. “Me parece muito grave esse tipo de atitude. Ele precisa de uma posição clara, de uma reunião, ser ouvido, ser cobrado pela sociedade através do Parlamento, para que se possa encerrar o assunto”, afirmou o presidente da Câmara durante o programa “Roda Viva”, exibido pela TV Cultura nesta terça-feira (4).
“Eu acho que seria bom se ele pudesse encerrar esse assunto de forma mais contundente do que a forma como ele reagiu até agora”, cobrou Maia.
Impeachment - O presidente da Câmara afirmou ainda que não vê embasamento legal que permita a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro. E disse que não se arrepende de ter votado pelo afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.
Segundo Maia, as chamadas pedaladas fiscais justificavam o impeachment de Dilma. “Claro que não me arrependi, a questão do impeachment da presidente Dilma estava dado, votei a favor com muita convicção e tenho até hoje essa convicção”, afirmou o presidente.
Questionado pelos jornalistas sobre a falta de andamento dos quase 50 pedidos de impeachment de Bolsonaro, Maia afirmou que não é momento para tratar do tema.
Para o presidente da Câmara, o foco agora deve ser o combate à crise provocada pela pandemia da Covid-19. Se negasse o pedido, a discussão sobre o recurso da decisão “abriria uma guerra no Plenário entre governo e oposição”, explicou Maia.
“Vou continuar pautando as matérias que eu entendo, junto com os líderes, deputados e deputadas, que vão impactar na vida das pessoas”, encerrou. (Luiz Gustavo Xavier - Agência Câmara)
Comentários