Prefeito Sebastião Madeira em entrevista ao radialista Arimatéia Júnior

Em resposta a provocação do empresário Raimundo Cabeludo feita na última segunda-feira (12), durante o programa Rádio Alternativo, o prefeito Sebastião Madeira, utilizando do mesmo espaço nessa terça-feira (13), reafirmou seu apoio ao pré-candidato ao Governo do Maranhão, Flávio Dino, o qual seu partido, o PSDB, indicou o companheiro de chapa. Ao vivo, Madeira esclareceu os motivos que o levaram a tomar a decisão de apoiar a chapa da oposição.
Ao ser questionado pelo apresentador sobre sua postura política condizente com o discurso que sempre pregou, Madeira foi enfático ao dizer que a vontade do povo de Imperatriz é superior a qualquer tipo de acordo.
“Não traí ninguém, minha relação é com o povo de Imperatriz. Não sou aliado incondicional de ninguém, sou aliado da minha consciência e do povo da minha cidade. Tenho opinião própria, e liderança própria, não sou um liderado, sou um líder. O povo de Imperatriz e do Maranhão me fez um líder, e tenho que fazer merecer essa liderança”.
Para reiterar sua posição, o prefeito lembrou que seu candidato era Luís Fernando (PMDB). Com a desistência da pré-candidatura, o cenário estadual mudou completamente e seu posicionamento também.
“Em dezembro de 2010, Luís Fernando era prefeito de São José de Ribamar, sendo convidado pela governadora Roseana para que assumisse a Secretaria de Estado da Casa Civil, começando a se preparar para ser governador do Maranhão”, disse. Segundo ele, em janeiro de 2011 a primeira audiência com a governadora aconteceu por intermédio do secretário Luís Fernando. “A governadora me apresentou que o projeto dela (Roseana) era Luís Fernando, que abriu dois anos de mandato de prefeito de São José de Ribamar para disputar a sucessão de Roseana”, relatou, ao destacar que nos últimos dois anos todos os assuntos junto ao governado estadual foram tratador por meio do então secretário Luís Fernando Silva.
“Construirmos uma amizade e aprendi a confiar nele (Luís Fernando), onde me joguei de peito aberto na sua pré-campanha, onde fiz dezenas de encontros com prefeitos, vereadores, professores, mototaxistas, membros do meu partido (PSDB) e andei com Luís Fernando por toda a cidade e municípios da região”, relatou ao afirmar que a rejeição ao nome de Luís Fernando não partiu da governadora, mas do grupo da situação, e que por suas qualidades foi nitidamente “fritado” pelo grupo.
Ao rebater a crítica de traição, ele lembrou que era aliado de Jackson Lago, que o apoiou em 2010 mesmo sabendo que ele (Jackson) ia perder. “Fiquei do seu lado e mantive meu compromisso e alcançamos 76% em Imperatriz. Só depois de sua morte é que procurei a governadora e propus uma aliança institucional entre a Prefeitura de Imperatriz e o Governo do Maranhão e ela aceitou. Porque aqui é Maranhão e o governo do estado também tem responsabilidade com os 300 mil habitantes de Imperatriz”.
Para afirmar a desobrigação de qualquer aliança política, Madeira comparou os investimentos do Governo do Estado em São Luís e Imperatriz: “Em cinco anos, Imperatriz recebeu do Governo do Estado cinco milhões para saúde e 28 milhões para infraestrutura. Dos 28 firmados em convênio, recebi 12 e apliquei, ainda faltam 16 e espero que o estado cumpra o convênio, mas sei que teremos mais entraves de agora em diante. Sei que teremos forças lutando para cancelar”, contou ele ao fazer um paralelo com a situação de São Luís: “Imperatriz nunca foi tratada com o respeito que a cidade merece, onde pegam R$ 350 milhões e aplicam na Lagoa da Jansen; pegam mais R$ 50 milhões para colocar pedras no mar para fazer o “Espigão da Ponta da Areia”; R$ 400 milhões para obras no Coroadinho e mais R$ 100 milhões para construir uma Avenida Expressa em São Luís”. “Imperatriz é um quarto de São Luís, onde recebe apenas R$ 5 milhões, R$ 3 milhões ou R$ 2 milhões, pois isso não é justo”, compara ele, que rechaçou o empresário Raimundo Cabeludo pelo fato do governo estadual ter colocado convênios para o município de Imperatriz, não se sente obrigado a apoiar qualquer candidato.
“Pedi à governadora para se colocar em meu lugar, pois sou um líder, não sou uma ovelha para participar de um rebanho e ficar vagando sem ter opinião e sendo levado ou conduzido por outros. Em reunião eu disse não ter condições de participar da proposta, pois faço parte de um partido e estava ouvindo minha cidade. Pedi um tempo, vim, sondei, ouvi Imperatriz, e toda a população se posicionou favorável à minha mudança de postura. Não saí pela porta dos fundos, fui recebido pelo presidente Sarney, lamentei não poder apoiar o candidato atual da governadora, mas tem momentos na vida que devemos tomar decisões enérgicas e foi isso que fiz”, disse ao destacar o peso de sua liderança.
“É desmerecer muito a minha liderança e a cidade de Imperatriz, pois eu apoio quem eu acredito, onde acreditava que o Luís Fernando seria um grande governador, eu o apoiei; o senador Edinho pode ser até um grande governador, se ganhar, mas eu não acredito, não voto, vou apoiar o pré-candidato Flávio Dino, que é a vontade do povo de Imperatriz e do Maranhão”, finalizou.
(Gil Carvalho e Kayla Pacheco - ASCOM)