Luís Fernando Silva: “Não podemos analisar os indicadores isoladamente”

O secretário-chefe da Casa Civil, Luís Fernando Silva, desmistificou os discursos que depreciam a realidade sócio-econômica estadual e que têm por base interpretações isoladas de indicadores sociais. A afirmação foi feita a partir de uma análise clara e transparente dos números do Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão, e especificamente de São Luís, Raposa, Paço Lumiar, São José de Ribamar e Alcântara, além da renda per capita desses municípios, durante a palestra “Desafios da Região Metropolitana de São Luís diante do desenvolvimento do Estado do Maranhão”, ministrada na quinta-feira (18), no encerramento do Seminário Regional de Lideranças.
Na opinião de Luís Fernando Silva, analisar estatística exige muito critério e um olhar global sobre várias vertentes. “Algumas pessoas têm mania de dizer que o Maranhão é o segundo mais pobre do país. Dizem por analisar somente sob a ótica da renda per capita. Esquecem da produção de riqueza. Não podemos analisar os indicadores isoladamente”, observou. E acrescentou: “Não há dúvidas de que só o crescimento econômico é capaz de aumentar a renda e, como o PIB do Maranhão, que é a soma da renda do estado, não está em situação tão desfavorável – é o quarto do Nordeste -, não somos o estado mais pobre, ou o penúltimo do país”.
O secretário exemplificou uma situação emblemática que ocorre com relação ao PIB dividido por habitante. “Tenho certeza que ninguém imagina que Raposa seja mais rica do que São José de Ribamar. Mas, pela análise somente da renda per capita, a de Raposa é maior que a de Ribamar. Ou seja, o PIB de Raposa, que é bem pequeno (R$ 60 milhões), é divido só por 20 mil habitantes; enquanto o de Ribamar (R$ 421 milhões) é distribuído entre mais de 163 mil habitantes”, pontuou.
De acordo com Luís Fernando Silva, mesmo diante desta realidade, há diretrizes que devem ser observadas pelo poder público com toda determinação possível. Dois desses aspectos, conforme destacou o secretário, são a melhor distribuição regional dessas riquezas e a modernização da gestão pública.
“Precisamos fazer uma verdadeira reciclagem a partir da administração pública. É necessário que se tenha uma gestão eficiente, eficaz, efetiva e com responsabilidade fiscal em todos os níveis (Municipal, Estadual e Federal). Temos que adotar o conceito de eficiência determinado na Constituição de 1988, alcançar o maior retorno social gastando o mínimo possível”, ressaltou Luís Fernando.
Já com relação à distribuição da riqueza, o secretário apresentou números que mostram um verdadeiro desequilíbrio entre os municípios da Região Metropolitana de São Luís e as demais regiões do estado. De acordo com esses dados, fica claro que existe uma concentração de PIB do estado dentro da Ilha e que é preciso manter os investimentos na Ilha, mas investir nas demais regiões levando indústria e atenção especial à agricultura familiar.
Na visão do secretário, com 40% da população vivendo na zona rural, não dá para pensar num plano de desenvolvimento do Maranhão sem privilegiar a agricultura familiar. “Alguém pode até dizer que agricultura familiar tem impacto insignificante no PIB. De fato, mas a agricultura familiar melhora a qualidade de vida daquele que está lá no campo, que se não tiver a qualidade de vida, vem para uma cidade sem qualificação profissional, com dificuldade imensa de disputar uma vaga no mercado de trabalho”, observou o secretário.
Luís Fernando relatou que está havendo uma interiorização do desenvolvimento e que, por meio da determinação da governadora Roseana Sarney, o governo tem concentrado forças na atração de indústrias para o interior. Ele também destacou o Programa Maranhão Profissional, lançado em maio como um mecanismo desse esforço de interiorização.
“As pessoas estão sendo capacitadas no interior do estado para que ocupem as vagas oferecidas por meio de projetos industriais que estão chegando ao Maranhão e, consequentemente, aumentem suas rendas e tenham uma melhor qualidade de vida, seja por meio da indústria ou por meio de investimentos da agricultura familiar. Isso, sem esquecer as políticas nas áreas da educação e saúde para que realmente possamos reduzir essas desigualdades e, a exemplo do PIB - que tem crescido a cada ano - tenhamos também avanços na renda per capita”, sugeriu Luís Fernando.