A Operação Lava Jato terá acesso às movimentações financeiras de contas das empreiteiras investigadas por suposto envolvimento nos esquemas de corrupção da Petrobras nos Estados Unidos. A força-tarefa firmou uma parceria com investigadores norte-americanos após reuniões realizadas essa semana em Curitiba. O acordo permitirá aos investigadores brasileiros identificar pagamentos suspeitos realizados a offshores de diversos países e a agentes públicos. As informações são do jornal O Globo.
O primeiro objeto da investigação será três contas mantidas pela Odebrecht no Citibank de Nova York. Segundo a reportagem, pagamentos oriundos dessas contas foram destinados a empresas usadas para pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras, como Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Zelada. Além disso, também trará à tona as operações financeiras que a empreiteira realiza em outros países, como o Panamá, Peru, Venezuela, República Dominicana, Angola, Moçambique e Portugal, entre outros.
O responsável pela movimentação das contas da empresa no exterior, o funcionário da empresa Diego da Silva Mota, prestou depoimento à Polícia Federal de Curitiba, na condição de testemunha de acusação contra o dono da empreiteira, Marcelo Odebrecht. Ele confirmou que realizava os pagamentos de propina, mas disse ser incapaz de recordar quantos foram feitos a offshores por meio das contas do Citibank de Nova York.
“Eu processava milhares de pagamentos, não consigo ter o nome de uma empresa específica ou qualquer empresa que eu pago. São milhões de pagamentos e eu sou só a parte operacional”, disse o funcionário. (Congresso em Foco)