Felipe Pontes
Agência Brasil
Os ministros Marco Aurélio e Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmaram ontem (3) que as investigações da Operação Lava Jato de nenhuma forma estão ameaçadas após a libertação do ex-ministro José Dirceu.
"Embora tenha ficado vencido na decisão de ontem, pois eu acompanhava o ministro Edson Fachin negando o habeas corpus, entendo que, de modo algum, a Operação Lava Jato está comprometida. Pelo contrário", disse Celso de Mello, ministro mais antigo do STF, antes da sessão plenária dessa quarta-feira.
Celso de Mello foi um dos votos vencidos no julgamento da Segunda Turma, realizado na tarde do dia 2, que, com placar 3 a 2, revogou a ordem de prisão do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. O ex-ministro foi libertado ontem (3), após a determinação de medidas cautelares alternativas pelo juiz Sérgio Moro, como o uso de tornozeleira eletrônica.
"O importante é que a Operação Lava Jato, uma vez respeitadas as garantias da Constituição e o que as leis da República estabelecem, aprofunde, cada vez mais, a investigação acerca dos fatos delituosos que estão estarrecendo o país", afirmou o decano. "Não vejo motivo algum para qualquer tipo de receio. A Lava Jato se tornou uma verdade irreversível."
Após o julgamento, o procurador da República Daltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, criticou a decisão do Supremo. Para Dallagnol, o posicionamento dos ministros do STF trará consequências diretas para a investigação.
O ministro Marco Aurélio Mello, que integra a Primeira Turma e, portanto, não participou da decisão sobre a liberdade de Dirceu, refutou os riscos para a investigação. "Não tem qualquer ameaça à Lava Jato. A sociedade fique tranquila. As investigações e os processos estão em curso", afirmou. "Nós não temos qualquer prejuízo, com o julgamento de ontem, considerável à Lava Jato."
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