Ex-governadora Roseana Sarney: dois anos de investigações

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu anteontem (23) o arquivamento do inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar suposta participação da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) no esquema da Lava Jato.

A decisão sobre o arquivamento ficará a cargo do ministro Teori Zavascki, relator do caso. A peemedebista foi investigada depois de o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa – primeiro delator do esquema – afirmar que “reuniu-se pessoalmente com Roseana em 2010 para tratar de propina”.
Após dois anos de investigações, a PF e a PGR pediram o arquivamento. “Nada foi provado, porque era uma mentira deslavada”, destacou o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
Entenda o caso - No final de 2014, quando foram iniciadas as investigações, Paulo Roberto Costa, que era diretor da Petrobras, afirmou em depoimento que teria tido “um monólogo” com a então governadora Roseana e que havia mandado entregar 2 milhões de reais para campanha eleitoral no estado, no ano de 2010, a pedido da ex-governadora do Maranhão. Porém, o doleiro Alberto Youssef, também investigado na Operação Lava-Jato, negou que tivesse feito qualquer entrega.
Durante as investigações, Roseana Sarney, assim que foi citada, estava com a família fora do Brasil e retornou para colaborar com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal. Roseana ofereceu a quebra dos sigilos bancário e telefônico, sempre se colocando à disposição da Justiça. A polícia federal já havia pedido, por duas vezes, o arquivamento do processo considerando que não havia mais o que ser investigado. Agora, o inquérito segue para o despacho final do Ministro Teori Zawaski.
“Foi um período de 2 anos de investigações e com várias diligências expondo Roseana a um constrangimento desnecessário. Nada foi provado porque era uma mentira deslavada do delator (Paulo Roberto Costa). Esse arquivamento, embora tardio, resgata, nesse ponto de vista, a verdade. Para Roseana que ficou sendo investigada desnecessariamente, é uma vitória. Este era o único inquérito em que Roseana era investigada. Embora a demora nas investigações tenha causado um enorme prejuízo pessoal e político, para Roseana a Lava-Jato é uma página do passado”, conclui o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro.