São Luís - Com o objetivo de discutir a intolerância religiosa na contemporaneidade, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Cidadania (Sedihc) realizou, esta semana, a segunda edição da Galeria de Direitos Humanos. Este ano, com o tema “Intolerância religiosa: Eu respeito a sua religião e você?”, o evento ocorreu no Auditório do Centro de Cultura Popular Domingos Viera Filho (Praia Grande, em São Luís).
Durante os ciclos de discussões, representantes de vários segmentos religiosos, intelectuais, gestores públicos, militantes e ativistas debateram e refletiram práticas que efetivem as políticas públicas de respeito ao livre exercício da manifestação religiosa.
Segundo a secretária de Estado de Direitos Humanos e Cidadania, Luiz de Fátima Oliveira, debater temáticas de intolerância no século XXI ainda representa um desafio. “Falar de temas da intolerância religiosa, escravidão ou ainda de assuntos que violam os direitos humanos é um tabu a ser superado. Precisamos viver com liberdade e autonomia e criar uma sociedade que garanta todos os Direitos Humanos”, enfatizou. Ainda durante o evento, diversas lideranças religiosas expuseram situações nas quais foram vítimas de intolerância religiosa.

União de esforços
Para fortalecer as ações voltadas para a promoção dos Direitos Humanos foi assinado o Termo de Cooperação Técnica entre a Sedihc e a Secretaria de Estado Extraordinária da Igualdade Racial (Seir). Segundo a professora Claudete Ribeiro, secretária de Estado da Seir, o intuito do acordo é articular, construir e executar um plano integrado de ações. “Estamos unindo esforços para que juntos possamos consolidar uma prática que já vem sendo desenvolvida no Maranhão, o objetivo é tornar essas ações de promoção dos direitos humanos uma Política de Estado”, comentou.
A senhora Ana Amáelia Mafra, Diretora do Escritório da Fundação Cultural Palmares São Luis/ Piauí reafirmou compromissos de envidar esforços para o empoderamento das Comunidades Tradicionais de Terreiro no combate a Intolerância Religiosa.

Lançamento
Um estudo voltado para mostrar o quadro da intolerância religiosa no Brasil no ano de 2011 foi lançado durante a Galeria. Intitulado “O Mapa da Intolerância Religiosa -2011. Violação ao Direito de Culto no Brasil” de autoria do Jornalista Márcio Alexandre Gualberto, o estudo mostra entre diversos pontos, a afrotheofobia, que segundo o organizador do estudo, é disseminada por denominações religiosas intolerantes. Essas práticas, segundo o organizador do estudo, são traduzidas em violências das mais variadas naturezas.
O lançamento do Mapa foi uma iniciativa do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma), em parceria com a Sedihc e Seir. “O mapa da Intolerância Religiosa é mais do que um apanhado de denúncias, expõe fundamentos motivadores das posturas intolerantes de cunho religioso e, principalmente, indica dispositivos legais do ordenamento político brasileiro para reagir ao problema”, disse o professor Neto de Azile coordenador geral do Ferma e coordenador estadual de religiosidade do CEN no Maranhão, após apresentar uma síntese do trabalho.