A Justiça Federal em Porto Alegre negou ontem (27) pedido de liberdade ao empresário José Carlos Bumlai, preso terça-feira (24). Na decisão, o desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, entendeu que Bumlai deve continuar preso devido aos indícios dos crimes pelos quais o empresário é acusado.

De acordo com o desembargador, há provas dos crimes de corrupção envolvendo pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras e ao PT na contratação de um navio-sonda pela estatal.
“Diante de tudo isso, transparece a gravidade concreta dos crimes investigados e os efetivos riscos à investigação e à instrução penal, o que atrai a necessidade de decretação da prisão preventiva, seja para fazer cessar a atividade criminosa narrada com exatidão pela autoridade coatora, seja para inibir a possibilidade de uso indevido pelo paciente de sua proximidade com figuras exponenciais da política nacional”, argumentou Gebran.
Bumlai foi preso em Brasília, durante a Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Bumlai usou contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin. A prisão foi decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba.
Segundo o procurador da República Diogo Mattos, depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada indicam que o empréstimo se destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.
Conforme Sérgio Moro, há indícios de que Bumlai usou indevidamente o nome de Lula para obter vantagens. (Agência Brasil)