Adélio Bispo de Oliveira logo depois de ser preso e levado para a Delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora

O juiz federal Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG), aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra Adélio Bispo de Oliveira, autor confesso da facada no candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL). O ataque ocorreu no início do mês de setembro. De acordo com a decisão, o réu tem 10 dias para apresentar sua defesa.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o agressor de Jair Bolsonaro por atentado pessoal decorrente de inconformismo político. Segundo a Procuradoria da República, o acusado colocou em risco o regime democrático ao tentar interferir no resultado das eleições por meio do assassinato de um dos concorrentes na disputa presidencial.
O procurador autor da denúncia argumentou que Adélio Bispo planejou o ataque com antecedência de modo a excluir Bolsonaro da disputa. O autor recorreu ao depoimento do acusado e a elementos obtidos na investigação, como rastros da navegação dele na internet, mensagens de celular e histórico de atuação política. A denúncia destacou elementos que indicam uma forte crítica de Adélio a Bolsonaro e a suas posições políticas.
"O propósito do ato foi o de eliminar fisicamente o candidato da disputa pela Presidência da República, excluindo-o do pleito, de modo a impedir que as suas ideias, caso acolhidas pela maioria, passassem a informar as políticas públicas do governo federal", afirmou o procurador Marcelo Borges de Mattos Media, autor da denúncia.
E acrescentou, no documento: "O objetivo, em suma, diante da perspectiva da eleição daquele de quem 'discorda radicalmente' foi o de determinar o resultado das eleições, não por meio do voto, mas mediante violência". (Agência Brasil)