“O maior juiz nas eleições é, sem sombra de dúvida, o próprio eleitor. É ele quem dará a palavra final sobre quem será eleito ou não. Ele tem na ponta dos dedos o poder de alçar alguém ao poder político, ou de retirá-lo para sempre da vida pública”. Foi com esta afirmação que o juiz eleitoral da comarca de João Lisboa, e autor do projeto e coordenador da campanha nacional que mobilizou a aprovação da chamada Lei da Ficha Limpa, Marlon Reis, respondeu as indagações acerca do julgamento dos recursos e pedidos de registros de candidaturas por parte da Justiça Eleitoral.
De acordo com o magistrado, “não é demais lembrar que ela é fruto de uma mobilização histórica. Mais de 1,6 milhão de brasileiros atendeu ao convite formulado pelo MCCE - Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e conquistou uma lei de conteúdo forte, capaz de impedir a candidatura de pessoas condenadas por diversos crimes, tiveram contas públicas rejeitadas ou renunciaram aos mandatos para escapar de punições”, afirmou.
Depois da aprovação pelo Congresso, a lei enfrentou novo desafio no Supremo Tribunal Federal, onde finalmente restou reconhecida a sua constitucionalidade. “Para os que pensam que a Ficha Limpa é apenas mais uma lei eleitoral, é bom lembrar que ela foi concebida para ser uma ideia, um valor, não apenas um documento técnico”, ressalta.
Marlon Reis acrescentou que “precisamos agora disseminar uma cultura da Ficha Limpa”. Ao responder como eleitores podem fazer muito para mudar a qualidade da política, disse que “em primeiro lugar devemos recusar voto e apoio político a qualquer um que tenha uma vida cercada por escândalos ou que se viram condenados por práticas ilícitas. Por que votaríamos em alguém que já desviou verbas no passado?”, questiona.
“O maior juiz nas eleições é, sem sombra de dúvida, o próprio eleitor. É ele quem dará a palavra final sobre quem será eleito ou não. Ele tem na ponta dos dedos o poder de alçar alguém ao poder político, ou de retirá-lo para sempre da vida pública”. Continua em seu comentário: “A hora do voto é um dos mais importantes momentos da nossa vida cívica. Se pensamos apenas em nós mesmo e votamos em alguém que nos prometeu benefícios, estamos condenando toda a nossa comunidade, inclusive nossa família, a permanecer sob o comando de pessoas que invariavelmente desviarão verbas da saúde e da educação”.
Ele lembra que na hora de votar o eleitor precisa lembrar de que são eleitores “ficha limpa”.
Além disso, podem ajudar a melhorar o nosso País apresentando à Justiça Eleitoral eventuais denúncias de atos de compra de votos, abuso de político, uso eleitoral da máquina administrativa. Isso pode ser feito diretamente pelo eleitor, que pode protocolar informações a respeito perante o Cartório Eleitoral. Pode também encaminhar essas notícias de irregularidades a um dos comitês do MCCE ou, ainda, ao comitê nacional dessa rede de organizações. Todos os detalhes de como proceder podem ser encontrados no site acima mencionado.
Finaliza afirmando que “todos podemos contribuir para a construção dessa “cultura da Ficha Limpa”. Que tal começarmos hoje mesmo conversando com nossos filhos, amigos e vizinhos sobre essa grande mudança que o Brasil começa a experimentar?