Depois do caso que repercutiu nacionalmente, o juiz titular da 4ª Vara Civil da Comarca de Imperatriz, Marcelo Testa Baldochi, se pronunciou oficialmente durante coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem. O magistrado mandou prender, há cerca de 15 dias, funcionários da empresa TAM no aeroporto Renato Cortez Moreira. Três trabalhadores foram conduzidos ao Plantão Central da Polícia Civil por ordem do juiz, após ter sido impedido de embarcar em um voo para o estado de São Paulo minutos depois do encerramento dos procedimentos de embarque.
Aos jornalistas o juiz contou em detalhes o que aconteceu no dia 06 de dezembro de 2014 e garante que não chegou atrasado. “Em momento nenhum eu cheguei atrasado para o voo. O bilhete de viagem, o qual vou deixar à amostra para que os senhores olhem, o check-in foi feito às 12h49 do dia 6. Cheguei para o embarque antes das 20h32”, argumentou.
Antes do início da coletiva, o juiz falou sobre o que aconteceu quando chegou para o embarque, que tinha como destino final o município de Ribeirão Preto-SP, onde participaria do velório do padastro, que o criou desde os 08 anos de idade. Também aproveitou o espaço para reclamar a divulgação de outros episódios onde seu nome foi envolvido, como o ataque sofrido por ele de um flanelinha, a denúncia de trabalho em condições semelhantes a de escravidão em uma de suas fazendas e a prisão do tabelião Robson, fato ocorrido em Imperatriz.
Marcelo Baldochi disse que são fatos independentes e que a divulgação dos mesmos, no momento onde o episódio do aeroporto se destacou, é uma atitude difamatória. O caso é investigado pela Corregedoria Geral de Justiça, enquanto o juiz afirma que não foi notificado da sindicância, por isso pediu nova investigação.
Uma mulher, segundo ele, estava no guichê da mesma empresa quando o juiz chegou para fazer o procedimento de embarque. O magistrado contou que a passageira, identificada com o prenome de Camila, também teve o check-in cancelado pela empresa e impedida de entrar no avião. O horário de embarque, de acordo com o juiz, no bilhete de passagem seria às 20h21. Às 21h01 o avião deveria decolar e, segundo Marcelo Baldochi, ele teria até 20h46 para fazer o embarque.
A ordem para a condução de um dos funcionários para a delegacia foi explicada como uma punição pelo mesmo ter negado informações, segundo o juiz. “O atendente da TAM se isolou. O outro atendente da TAM que estava ao lado nos colocou numa situação ridicularizante como se lixo fôssemos. Com total desprezo, dizendo que ‘o senhor se vira. Não é problema meu’”, alegou. Marcelo Baldochi disse que não se apresentou como juiz e que mandou prender somente um funcionário.
Marcelo Baldochi foi afastado do cargo no último dia 17 pelo Tribunal de Justiça do Maranhão. Na coletiva ele disse que não abusou do poder.
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