Hemerson Pinto
Para alguns, um movimento tímido; para outros, grandioso diante do momento vivido pelo país, onde cada gesto que represente a insatisfação com a maneira de se fazer política e com o atual governo é bem vindo. A exemplo do que aconteceu em todo o Brasil, Imperatriz também se movimentou no último domingo e um público que, segundo a Polícia Militar, foi formado por menos de 300 pessoas, se concentrou na Praça Brasil e depois saiu às ruas.
Nos cartazes, faixas e no grito do imperatrizense que se vestiu de verde e amarelo o desejo por mudanças urgentes na administração do país e na forma de ser administrado. Foram duas manifestações: pela manhã o protesto chegou à BR-010. À tarde foi iniciado na Praça de Fátima e percorreu algumas ruas e avenidas do Centro.
No Maranhão, além de Imperatriz, Estreito e Balsas também deixaram registrado seu apoio no 15 de março de 2015. O trecho da BR-010 em Estreito chegou a ser interditado por caminhoneiros. A forma que encontraram de mostrar apoio ao momento de crise enfrentado pelo país. Em Balsas os protestos foram liderados por empresários e agricultores.
Governo – Nessa segunda-feira, a coordenação de governo da presidenta Dilma Rousseff sentou para avaliar as manifestações que marcaram o domingo. A reunião aconteceu em Brasília, capital do país, e a proposta foi manter o diálogo com setores políticos e movimentos sociais com o objetivo de elaborar ações.
Em entrevista coletiva, o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, defendeu o governo: “Venho deixar claro que o governo está inteiramente aberto ao diálogo e assume como postura central o diálogo com todas as forças sociais, e pouco importa se são forças sociais que apoiam ou são contra o governo. Pouco importa se são lideranças políticas que apoiam o governo ou se são oposicionistas. O governo está aberto ao diálogo com todos”. Ouvir as manifestações seria a primeira resposta dada pelo governo, segundo o ministro.
O mesmo ministro afirmou que o compromisso do governo é com o combate à corrupção. O que falta, segundo Eduardo Cardozo, é encontrar alternativas no campo da política e da economia. “Queremos dialogar com todas as forças políticas para que possamos encontrar convergências. Sinceramente, acho que esse é o papel que um governo democrático deve fazer, agindo com firmeza, mas com humildade”, sinalizou.
A reforma política, um dos temas mais discutidos ultimamente e um dos desejos levados às ruas nas manifestações de domingo, esteve na pauta da reunião. “Me pareceu que há um desconforto da população com nosso sistema político. Sinto isso quando líderes oposicionistas foram impedidos de falar. O sistema político hoje não permite ao brasileiro que se sinta representado”, avaliou.
Ao responder a pergunta sobre como a presidenta Dilma recebeu as manifestações, o ministro Eduardo Braga lembrou que ela foi presa durante a ditadura militar, portanto tem fortes valores democráticos. “O estado de espírito da presidenta é de uma democrata que se coloca diante de seu povo para responder a desafios”, concluiu. (Com informações da Agência Brasil)
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