Ildon Marques, em visita a O PROGRESSO na manhã de ontem, conversa com o Diretor Superintendente Sergio Godinho

Em entrevista a O PROGRESSO, ontem, o ex-prefeito Ildon Marques de Souza confirmou a sua pré-candidatura a deputado federal, falou sobre a desistência de Luís Fernando e o lançamento da pré-candidatura de Edison Lobão Filho. Ele gostaria que o vice de Lobão Filho fosse de Imperatriz, mas observou que a vaga pertence ao PT. Ildon considera uma armação a decisão que o PMDB tomou em 2012, ao tirá-lo da disputa pela Prefeitura. Por isso, trocou o PMDB pelo PMN. Ele não confirmou se pretende concorrer em 2016. Ildon Marques foi vice-prefeito, interventor, duas vezes prefeito e suplente de senador. Agora, pretende concorrer à Câmara Federal.


Você é pré-candidato a deputado federal. Vai mesmo disputar a eleição ou admite a possibilidade de recuo?

Não. Nossa posição é de pré-candidato, não podemos falar em candidatura agora. A candidatura só depois das convenções, quando se define se você realmente é candidato. Mas na condição de pré-candidato, estamos firmes.

Não haveria nenhum impedimento jurídico?

Não tem. As questões são de menor importância, sem dolo. São mais questões de dolo político. Pessoas que olham uma besteirinha e fazem um processo. Mas isso não tem importância nenhuma.

Ex-prefeito, você, que tem um forte potencial eleitoral em Imperatriz, imaginaria quantos votos poderia receber dos mais de 150 mil eleitores no município?

Olha, esse negócio de voto não é como mercadoria, que você vai na prateleira e diz assim: quantos quilos de açúcar tem aí? Tem cento e cinquenta quilos de açúcar. Então quero levar cem. Não é desse jeito. Você tem que ter uma mensagem, uma credibilidade e ouvir o povo. Então, isso não é simples. Eu não posso dizer que vou ter metade ou oitenta por cento dos votos. Não é desse jeito. Eu vou me apresentar como candidato, na hora que passar a convenção. Vou expor meus pensamentos, o que acredito e vou dizer o que o Maranhão e o Brasil precisam para melhorar. Também vou dizer o que é bom para Imperatriz. Se esse projeto meu de deputado, se eleito for, for um projeto da simpatia e daquilo que o povo quer, aí acredito que teria uma votação significativa. Mas o voto não me pertence. O voto pertence ao povo, que sabe quantos votos eu irei receber.

O PMDB impediu sua disputa na eleição municipal de 2012. Como está o seu relacionamento com o presidente do partido, Antônio Leite?

Eu não estou mais no PMDB. O PMDB teve aquela atitude, que não foi boa para o partido. Às vezes as pessoas dizem: foi muito ruim para ti. Não, retirou minha candidatura, agora foi ruim para o partido. Eu tinha aproximadamente 40% das intenções de voto. Dr. Antônio Leite tinha menos de 1%. O partido entendeu de lançar Antônio Leite e naquele dia eu disse na convenção: se o partido optou por Antônio Leite, então tem agora o meu apoio. Dr. Antônio Leite pode lançar a sua candidatura, que tem meu voto, meu apoio. Sou partidário. Resultado: uma semana depois, o dr. Antônio Leite retira a candidatura. Um sinal claro de que aquilo não foi nada mais nada menos do que uma armação para me tirar do pleito. Foi um conchavo político. Quem ficou prejudicado com isso? Foi o PMDB de Imperatriz. Aquilo foi muito ruim para o partido.

Você sempre foi adversário político do prefeito Sebastião Madeira. E hoje, qual é o seu posicionamento, já que os dois estão no mesmo grupo?

Eu nunca fui adversário político do Madeira. Ele que foi adversário meu. Eu nunca o agredi. Ele é que sempre foi ostensivo à minha pessoa. A minha posição sempre foi equilibrada, decente, de respeito. Sempre respeitei o dr. Madeira. A minha posição é a mesma e o Madeira está mudando. E estou achando bom. O Madeira está melhorando. Quem sabe, daqui uns dias ele fica um cara bacana.

A governadora Roseana Sarney impôs o nome de Luís Fernando como pré-candidato a governador, mas agora, surpreendentemente, ele desiste de disputar o governo. Como você vê isso?

Ela não impôs, sugeriu o nome de Luís Fernando. Um bom nome. Tive uma grata satisfação de conhecer esse cidadão. Não o conhecida e um dia perguntou se poderia me fazer uma visita para conversarmos. Ele foi na minha casa e conversamos bastante, sobre política, cidadania, o Maranhão e Imperatriz. Ele teve oportunidade de expor muitos pensamentos dele naquela noite. E eu vi que o Luís Fernando é um homem preparado. Digo para você que naquele dia me empolguei com a pré-candidatura de Luís Fernando. Agora política não é como a gente quer. Política é como o povo quer. Quem decide a vida do político é a voz do povo. E, infelizmente, ele não teve sucesso. Os índices dele não cresceram, então não tinha como levar a campanha pra frente. E ele sabe disso. A decisão foi dele. Reconheceu que iria ter um esforço gigantesco para poder ganhar a eleição e preferiu não prejudicar o grupo, deixando a vaga aberta para uma pessoa que tivesse mais condições de disputar a eleição.

O desentendimento dentro do grupo, o que não ocorria antes, não contribuiria para um desgaste maior?

Eu não sei. Estava fora do país e cheguei ontem (sexta-feira). Então, estou alheio a todas as conversas políticas. Acredito que no decorrer desta semana que entra eu terei melhores informações sobre candidaturas, o que os partidos e coligações estão pensando. E mesmo porque não faço parte do PMDB. Faço parte do PMN e nem tenho que estar botando meu bedelho nisso aí.

A pré-candidatura de Edison Lobão Filho foi lançada. Haveria outro nome com mais chance de vencer a eleição?

Olha, esse grupo tem bons nomes. O Lobão Filho é hoje um rapaz com muita experiência. Nós não podemos desconhecer, e nem os adversários desconhecem, a estrutura política de Lobão, pai de Edinho. Do relacionamento do senador Edison Lobão. Não existe um município que tenha uma casa que não tenha o prazer de receber o senador Lobão. Então, na hora que o senador Lobão se lança numa campanha, há um sentimento, um movimento em todo o Estado. Mas temos outra opção muito boa, que é o senador João Alberto. Ele é um cidadão sério, equilibrado e duro com a questão da segurança. Então, temos várias opções, como o Gastão Vieira.

Quanto à questão do vice, qual a sua opinião? Teria que ser de Imperatriz?

Não olho assim, mas gostaria que Imperatriz e a região tocantina fossem representadas. Mas na política você tem que ter certos entendimentos. A política você não faz só olhando Imperatriz e nem o Maranhão. Você tem que olhar como um todo. O PMDB tem muitos entendimentos com o PT em nível de Brasil. Você sabe da ligação que existe do Lula com o Sarney. O Lula quer ajudar o Edinho e queria ajudar Luís Fernando se ele fosse candidato. E quer ajudar qualquer candidato desse grupo. Ora, como o Lula vai para um palanque se o partido dele foi alijado do processo? Então, é natural que a vaga de vice pertença ao PT para ter todo o envolvimento do partido na campanha aqui no Maranhão.

Com a entrada de Lobão Filho, passou-se a especular o seu nome. Haveria alguma possibilidade de você compor a chapa majoritária?

Não. Como eu já disse, essa vaga não pertence a outro partido. Pertence ao PT. Agora poderia ser um petista de Imperatriz. Aí seria muito bom. Gostaria de ver o PT coligado com o PMDB e outros partidos com o vice saindo daqui. A vaga é do PT, mas como a política é muito dinâmica, se houver algum conflito, aí sim, pode-se abrir a vaga para outro partido.

E para o Senado, quem deveria ser o candidato? No momento fala-se em Gastão Vieira e Arnaldo Melo.

O Gastão Vieira é um bom nome. Cidadão culto e que tem história no Maranhão. Inclusive no governo federal, não apenas de Lula e Dilma, mas também de Fernando Henrique Cardoso, quando se falava em planejamento pela educação, Gastão Vieira era convidado para a mesa. É um dos conhecedores de Educação no Brasil. Eu ficaria contente em ver Gastão Vieira como candidato a senador. Mas há outros também.


No caso de uma aliança entre o PMDB e o PSDB, João Castelo seria o nome ideal para o Senado?

Aí seria um acordo. Você não pode trazer o PSDB para o grupo e não oferecer nada em troca. Então, isso aí é uma negociação política.

Qual a sua avaliação sobre a pré-candidatura de Flávio Dino?

O Flávio Dino tem uma experiência jurídica muito forte. É uma pessoa estudiosa e equilibrada. Agora, não sei qual é a estrutura política de Flávio. Não sei a base da campanha dele. Você sabe que uma campanha é coisa difícil. Costumo dizer: plantar uma roça de abóbora é uma coisa; agora plantar um vinhedo, aí já é preciso ter muita estrutura. Então, não sei como está isso. Mas tenho uma admiração pelo Flávio.

Passa pela sua cabeça, ainda, mais um retorno à Prefeitura, disputando as eleições de 2016?

O meu projeto agora, se eu passar, é ser um legislador. Eu quero deixar uma marca. Tenho uma ideia, mas nem quero falar disso agora, porque poderia parecer campanha eleitoral antes do tempo. Eu tenho uma coisa voltada para a educação. Acho que se eu conseguir aprovar a minha candidatura, aí vou poder mostrar o projeto e o segmento estudantil, acadêmico, fará uma avaliação desse projeto que tenho na cabeça. É um bom projeto.