O Grupo de Trabalho de Reforma Política da Câmara dos Deputados vai voltar a reunir-se na próxima terça-feira (5), às 10 horas, para fechar o texto da proposta de emenda à Constituição (PEC) que vai instituir, entre outras coisas, o voto facultativo e a coincidência das eleições municipais e estaduais.
Nessa quinta-feira, os deputados deveriam apenas discutir a duração dos mandatos dos senadores, pois o grupo já havia decidido pelo mandato de cinco anos sem reeleição para presidente, governador e prefeito. Mas, como uma questão está ligada à outra, foi reaberta a discussão sobre mandatos para cargos majoritários.
O coordenador do grupo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), sugeriu que fossem mantidos quatro anos com reeleição para todos os cargos majoritários à exceção das cidades com menos de 200 mil habitantes, que não teriam reeleição. Esses municípios são os que não têm segundo turno.
O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) lembrou que o seu partido é favorável aos cinco anos sem reeleição. Para ele, o modelo atual não “oxigena o sistema político”, dificultando o surgimento de lideranças jovens.
“O prefeito não quer fazer o sucessor porque, se o sucessor for bem, fica oito anos, e ele fica no ostracismo por oito anos. Se o sucessor for mal, como o prefeito é o padrinho, compromete sua imagem. Então, ele prefere entregar para a oposição para voltar quatro anos depois. É muito comum nos municípios você ter dois nomes dominando a política local por 20 anos”, ressaltou.
Máquina pública
Já o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) acredita que o fim da reeleição não vai resolver problemas como o uso da máquina pública. “O cidadão, quando quer fazer coisa errada, faz. Na situação ou na oposição. O fato de ter reeleição não significa que você vai ter mais uso da máquina ou menos. Esse argumento que é usado sistematicamente é simplesmente querer enquadrar o ser humano em uma regra para ver se ele para de fazer coisas erradas. Mas o ser humano faz coisas erradas e é para isso que existe lei e punição”, afirmou.
O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) disse que fez uma pesquisa interna no partido e informou que a maioria é a favor do mandato de cinco anos sem reeleição. Os senadores também ficariam com cinco anos, ao contrário dos oito atuais.
Vaccarezza quer entregar o texto da proposta ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, na próxima quarta-feira (6). A PEC será então analisada por uma comissão especial de deputados. (Sílvia Mugnatto – Agência Câmara)
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