O Governo do Estado está acompanhando a compra de ativos florestais da Siderúrgica Vale do Pindaré, do grupo Queiroz Galvão, pela empresa Suzano Papel e Celulose. O secretário de Estado de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, se reuniu, nessa segunda-feira (14), com o prefeito de Açailândia, Juscelino Oliveira, e representantes dos empresários para buscar alternativas visando mediar os impactos causados na região, após o mercado anunciar o acordo.
A preocupação é com a garantia dos postos de trabalhos gerados pela siderúrgica. Em busca de soluções, Simplício Araújo esteve na Aciaria Aço Verde (AVB) do Brasil, do grupo Ferroeste, que em meados de 2017 pretende colocar em prática a segunda fase de seu projeto, o que pode ser uma saída para mediar os efeitos da venda da siderúrgica.
“O Governo tem acompanhado toda a situação e uma das possíveis soluções pode ser a segunda fase do projeto da AVB, já que, com a laminação em pleno vapor, deve atrair várias indústrias, o que pode dar o fôlego que o setor precisa, para sair da crise e voltar a crescer”, explicou Simplício Araújo. Ele disse que outra alternativa seria atender às demandas da Gusa Nordeste. O Governo do Estado já dialogou com a Suzano Papel e Celulose, e acredita que muitos trabalhadores devam ficar na manutenção das florestas adquiridas pela empresa.
Com a compra pode haver impactos diretos na cadeia do carvão na região de Açailândia. Atualmente, a cidade se recupera de uma forte crise do setor de ferro- gusa, ocasionada pela queda do preço do produto no mercado internacional.
O prefeito de Açailândia, Juscelino Oliveira, já está realizando diversas reuniões e comunicou o fato diretamente ao governador Flávio Dino. Segundo ele, o Governo do Estado tem dado todo o apoio visando mediar a situação. “Nós temos buscado o Governo, dialogado com os empresários para que possamos buscar uma solução. Açailândia já passou por vários desafios e tenho certeza que vamos vencer”, disse.
O presidente da Associação Comercial de Açailândia, Estanislau Pereira, explicou que os empresários receberam a notícia da compra com muita preocupação e que, depois da reunião, acreditam que a situação possa ser mediada. “O empresariado está agindo para que os impactos sejam minimizados com relação ao desemprego e esperamos que o Governo do Estado possa ajudar mediando para que outra empresa do mesmo segmento possa assumir esses fornos, para continuar gerando emprego para nossa região”, comentou.
Negociação
Há menos de um mês, a Suzano Papel e Celulose anunciou a compra dos ativos florestais e imobiliários da Companhia Siderúrgica Vale do Pindaré e da Cosima - Siderúrgica do Maranhão, no valor equivalente a US$ 245 milhões. A empresa também divulgou a compra de uma pequena central hidrelétrica da Mucuri Energética, da Queiroz Galvão Energia.
São 75 mil hectares no Maranhão e Tocantins, dos quais 40 mil agricultáveis e as florestas plantadas nelas. A intenção é aumentar o abastecimento de madeira da Unidade de Imperatriz, visando atender à expansão da produção de celulose na unidade, reduzir o raio médio das florestas que a abastecem e garantir maior competitividade no seu custo de madeira a longo prazo
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