São Luís - Setenta e um municípios maranhenses ficaram com índice de vacinação contra sarampo abaixo da meta de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde, e muitos não atingiram 50% da cobertura vacinal prevista na campanha que terminou dia 30 de setembro. Diante desse quadro, a governadora Roseana Sarney determinou ao secretário da Saúde, Ricardo Murad, uma ação para que o Estado deixe de firmar convênios com os municípios que não cumprirem a obrigação de imunizar suas crianças.
“É uma ação para mudar essa realidade, que reflete falta de cuidado dos gestores com as crianças, um descaso grave e que o governo não pode mais aceitar”, declarou a governadora.
Para Ricardo Murad, essa realidade deve ser mudada. “É uma situação gravíssima com a qual não podemos compactuar. O Estado será rigoroso na cobrança aos gestores municipais no que diz respeito à vacinação das nossas crianças, que não podem de forma alguma ser prejudicadas”, enfatizou Ricardo Murad, após a conversa com a governadora.
Entre os municípios que até essa quinta-feira (6) não haviam atingido 95% de cobertura vacinal contra o sarampo estão São Luís (83,71%), Chapadinha (79,56%), Paço do Lumiar (81,01%), Açailândia (85,32%), Balsas (92,56%), Timon (91,42%) e São José de Ribamar (78,18%). Peritoró, com uma taxa de 38%, e Morros, com 63,02%, lideram o ranking das cidades com pior desempenho na campanha, segundo dados divulgados pela SES.
Ao todo, são 71 municípios com índice de vacinação abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que é de 95%. Por conta disso, a cobertura do Maranhão está em 93,67%. A Campanha Nacional de Seguimento da Vacinação contra o Sarampo teve início no dia 13 de agosto, com o objetivo de imunizar todas as crianças com idade entre 1 e 6 anos.
Registros - Desde 2000 o sarampo está eliminado no Brasil, havendo apenas registros de casos importados. Mas, para manter o país longe da doença, o Ministério da Saúde adotou como estratégia a realização de campanhas de quatro em quatro anos, cuja faixa etária alvo é eleita entre as mais suscetíveis de um determinado período.
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da SES, Helena Almeida, a ação é necessária para eliminar os bolsões, ou seja, o número elevado de pessoas sem proteção contra o sarampo, que podem contribuir para a volta da circulação do vírus no estado.
“A vacina contra o sarampo, a chamada tríplice viral, está disponível nos postos de saúde durante todo o ano, mas as taxas de cobertura não são as ideais. Portanto, é necessário realizar a campanha para chamar atenção da população de que é importante vacinar”, destacou Helena Almeida.
Intensificação - Para garantir que até o próximo dia 14 todas as crianças estejam vacinadas, a coordenação do Programa Estadual de Imunização intensificou a mobilização dos municípios com baixa cobertura ou com um quantitativo que ainda não foi imunizado. Além disso, foi realizada recentemente reunião com os gestores de saúde das regionais para darem apoio ao trabalho de sensibilização dos pais e responsáveis.
“É importante lembrar que o nosso chamado só atinge as crianças que não se vacinaram do dia 13 de agosto até hoje. Se tomada corretamente, a tríplice viral, que imuniza também contra rubéola e caxumba, tem uma resposta positiva de, em média, 95%”, esclareceu Helena Almeida.
Embora a campanha de vacinação contra o sarampo tenha sido encerrada no último dia 30 de setembro, os municípios que ainda não alcançaram pelo menos 95% de cobertura têm até o próximo dia 14 para realizar o trabalho. A intenção da SES é uniformizar os dados para garantir que a barreira epidemiológica contra a doença seja a mais eficiente possível. (Lucienne Santos)
Publicado em Política na Edição Nº 14222
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