Governador Flávio Dino com membros de organizações da sociedade civil que também participaram do evento

O Governo do Estado está apoiando a Assembleia Mundial da Paz que está sendo sediada em São Luís. O evento promovido pelo Conselho Mundial da Paz, organização internacional que trabalha ações pela cultura de paz no mundo, reúne instituições de todo o mundo com o propósito de fomentar debates e sensibilizar a sociedade e o poder público para a solução de conflitos. A convite da organização do evento, o governador Flávio Dino participou dos debates realizados nessa sexta-feira (18), no Hotel Luzeiros, na Ponta d’Areia.

Reiterando a importância dos debates para mediar conflitos, incluindo os de proporção internacional, o governador Flávio Dino pontuou que deve ser mantida a resistência, a firmeza de propósitos e o compromisso com a mudança destas realidades opressoras. Ele destacou que o país está em um momento de desigualdade social e perda da justiça, o que favorece a negação da paz propiciando a intolerância e o ódio. “Uma das consequências desses sentimentos é o belicismo, a guerra. O Brasil também sente a crise do capitalismo, fruto da concentração de riquezas nas mãos de poucos”, enfatizou o governador.
Na ocasião, Flávio Dino destacou que o projeto político pensado para o Maranhão contemplará todos os núcleos da sociedade com o intuito de diminuir as desigualdades. “Por isso, aceitamos esse convite do Cebrapaz para somar às causas da paz, contra o imperialismo e por um mundo mais justo para todos”, destacou o governador.
Durante os debates dessa sexta-feira, foram discutidas soluções para problemas como censura, opressão, guerras e inúmeras situações de conflitos sofridas pelas populações de diversos países – das Américas ao Oriente. Estes problemas normalmente são fruto do abuso de governos imperialistas e ditatoriais e resultam em confrontos armados e morte, além de também resultarem em injustiças sociais.
A assembleia reúne instituições de todo o mundo para participarem dos debates e também tem como finalidade sensibilizar a sociedade e o poder público para a solução destes conflitos. Na ocasião, representantes das Américas, África, Europa e Ásia apresentaram o cenário de suas regiões e as proposições a serem inclusas em um relatório final. Este documento será apresentado como plano de ação mundial para disseminar a cultura de paz.
Durante o evento são tratadas situações delicadas, de ordem interna, e muitas demandam um largo processo de discussões para que se alcance o consenso. Para quem vive à parte, estas condições extremas podem ser só mais uma ocorrência na lista de mazelas divulgadas pela mídia e que logo são distanciadas com a retomada do cotidiano. Contudo, para quem vive esta condição, o sentimento de repulsa e impotência se torna parte do dia a dia.
A professora colombiana Míriam Parada, 54 anos, membro da Fundação Escola da Paz, comentou a situação que seu país atravessa. Ela mora e trabalha em Bogotá, capital do país, e tenta, junto a outras organizações, que seja firmado o acordo de paz tão esperado pela população, mas que teria sido frustrado por um plebiscito considerado ilegítimo. A professora relembra que houve um maciço trabalho de marketing por parte do então governo do ex-presidente Álvaro Uribe, com apoio de grandes corporações empresarias, contra a assinatura do acordo de paz.
“Estamos há mais de cinco anos tentando esse consenso e nos surpreendermos com o resultado [negativo] dessa consulta. O que percebemos é que houve manipulação pesada de um conglomerado contra o consenso e a população foi induzida ao erro”, afirmou a professora. Somente 37% da população apta foi votar e destes, 50,2% optaram pelo ‘não’. Para Míriam Parada, a maioria da população foi iludida pela distorção dos fatos, patrocinados pelo então governo.
A professora participou da Assembleia Mundial da Paz acompanhada de uma delegação e a partir dos debates e exposição do cenário colombiano, ela tem plena esperança de que o acordo seja firmado. “Com a retomada das discussões e o apoio de organizações como a Cebrapaz, estamos perto de finalmente instituir a cultura de paz em nosso país”, destacou Míriam Parada. Outra forma que a professora encontrou para somar na mudança do cenário em seu país é por meio da educação. Na organização que integra, Míriam Parada orienta jovens e adultos desenvolvendo atividades na arte, música, dança e teatro, a fim de despertar neste público a consciência social e política.
O secretário de Movimentos Sociais do Cebrapaz, Thomás de Toledo, ressaltou que com a abertura da Assembleia Mundial da Paz, a capital maranhense será a Capital Mundial da Paz, título que carrega até o próximo domingo (20), quando encerra o ciclo de eventos com a realização da Conferência Mundial da Paz.
Thomás de Toledo reitera que a cidade de São Luís vive um momento importante por reunir representantes de todos os países em uma discussão de impacto mundial, que é a cultura da paz. “A partir dos relatos destes representantes, vamos todos elaborar propostas para um documento único. Estamos aqui entendendo a real situação de cada uma destas regiões conflitadas para podermos, de fato, prestar auxílio”, explicou. Ele acrescenta que o Cebrapaz desenvolve, ao longo de anos, o papel de intermediar, denunciar e somar forças para que as situações de conflitos não avancem.
No domingo (20), o público em geral poderá participar do ciclo de eventos do Cebrapaz durante a Conferência e também fazer suas proposições.
Os debates do ciclo de eventos vão resultar na elaboração de monções e resoluções que estarão à disposição pública e poderão ser consultados na página da Cebrapaz:  www.cebrapaz.org.br. As atividades do Cebrapaz ocorrem paralelamente ao ‘Novembro pela Paz’, promovido pelo Governo do Estado e que durante todo este mês realiza diversas ações em defesa do tema.