Brasília-DF - A Frente Parlamentar de Combate à Corrupção quer que a Câmara tenha acesso a informações e documentos sobre investigações envolvendo deputados na Procuradoria Geral da República, inclusive no caso da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Na operação, foi preso o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de explorar jogos ilegais em Goiás. Há suspeitas de envolvimento de deputados com o suposto contraventor.
Os integrantes da frente parlamentar apresentaram, nessa quinta-feira (29), um ofício ao presidente da Câmara, Marco Maia, pedindo a ele que solicite ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, todas as informações sobre o possível envolvimento de deputados federais, tanto nas ações investigadas pela Operação Monte Carlo, quanto em outras investigações.
O presidente da frente, deputado Francisco Praciano, do PT do Amazonas, explica que, caso os documentos apontem o envolvimento de qualquer deputado, a frente deverá apresentar uma representação ao Conselho de Ética da Câmara, para que investigue as denúncias.
“O esforço que o Brasil está fazendo hoje em relação ao Ficha Limpa é para não tornar elegíveis pessoas que não têm o comportamento compatível com a representação popular. E aqueles que foram eleitos, que estão nesta Casa, se também não tiverem essa compatibilidade, devem ser afastados desta Casa. Não só a questão da inelegibilidade nas próximas eleições, mas o fato de ser um representante ‘ficha suja’, envolvido com quadrilhas, com a possibilidade de uma rede de pessoas, inclusive membros da Câmara, estarem envolvidos com o caso Carlinhos Cachoeira, ou qualquer outro caso.”
A Comissão de Segurança Pública da Câmara também aprovou requerimento que será enviado ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, solicitando informações sobre a Operação Monte Carlo. O autor do requerimento, deputado Fernando Francischini, do PSDB do Paraná, justifica o pedido afirmando que várias notícias veiculadas na imprensa sobre a Operação Monte Carlo trazem à tona a ligação do suposto líder da quadrilha, Carlinhos Cachoeira, com parlamentares.
O presidente da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, Francisco Praciano, explica que o objetivo de toda essa movimentação na Câmara é justamente resguardar os bons deputados.
“Tudo isso tem só um objetivo: salvaguardar a imagem da instituição Câmara. Pode ser que tenha gente que faça interpretação contrária, mas nós queremos salvar a imagem dos que são bons e processar e julgar os que não têm comportamento compatível com a representação popular.”
A pedido da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção, o procurador-geral Roberto Gurgel encaminhou ao Supremo Tribunal Federal pedido de abertura de inquérito para investigar o suposto envolvimento de políticos com Carlinhos Cachoeira. (Renata Tôrres - Agência Câmara)