A nova fraude descoberta pela Operação Custo Brasil – desdobramento da Operação Lava-Jato, deflagrada essa semana – explica o empenho dos governos do PT, nos últimos anos, em estimular o endividamento de servidores públicos. De acordo com matéria do jornal Correio Braziliense desse sábado (25), parte do dinheiro ia para o bolso dos idealizadores do esquema e para o PT, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público.
Segundo dados do Banco Central, nada menos do que 1,6 milhão de servidores movimentaram, entre janeiro a abril de 2016, mais de R$ 170,2 bilhões em empréstimos consignados – em dezembro de 2015 foram R$ 169 bilhões. O valor é quase 10 vezes superior ao dos 32,9 milhões trabalhadores do setor privado, responsáveis por R$ 18,4 bilhões, no mesmo período. Nos 12 meses terminados em abril, houve aumento de 6,1%.
Desde 2008, quando Paulo Bernardo assumiu o Ministério do Planejamento, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva centralizou a intermediação do financiamento ao funcionalismo e as regras mudaram para facilitar a tomada de recursos que são descontados diretamente nos contracheques. Segundo o Correio, as mudanças mais significativas começaram em 2014, quando foi alterado o prazo máximo para amortização de empréstimos de 60 meses para 96 meses. No ano seguinte, o governo mexeu mais uma vez nas regras, alterando o limite do consignado de 30% para 35% da remuneração mensal.
Em nota enviada ao jornal, o Ministério do Planejamento informou que 4,6 milhões de consignações estão registradas em folha. Desse total, são aproximadamente 3,9 milhões de ativos e aposentados e 771 mil pensionistas. A Polícia Federal estima que a quadrilha que fraudou consignados de servidores tenha embolsado R$ 100 milhões, sendo que R$ 7 milhões teriam sido repassados a Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) preso na quinta-feira (23).
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