Deputado Chiquinho Escórcio e membros da confraternização

O deputado federal Francisco Escórcio (PMDB-MA) participou na última quinta-feira, dia 30 de maio, em Cururupu, das comemorações pelo centenário do médico maranhense Antonio Jorge Dino, um dos filhos mais ilustres daquela cidade.
O parlamentar esteve acompanhado do secretário de Assuntos Estratégicos, Alberto Franco; do reitor da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Natalino Salgado Filho; do vice-prefeito da cidade, Ribamar Santos, familiares, amigos e admiradores do trabalho do médico, entre eles Enide Dino, esposa do homenageado; vereadores, políticos, autoridades religiosas e a população daquela região.
A cidade parou para acompanhar e prestigiar as homenagens, que tiveram início com a visita da comitiva à residência onde o médico ginecologista, obstetra e cirurgião-geral nasceu e morou por longos anos. No local, foi descerrada uma placa alusiva à data com a seguinte frase: “Nesta casa nasceu, no dia 23 de maio de 1913, Antonio Jorge Dino, médico, deputado estadual, deputado federal, vice-governador do Estado do Maranhão e um dos pioneiros na luta contra o câncer no Estado”.
Em seguida, eles se dirigiram à Santa Casa de Misericórdia, unidade de saúde, onde por anos e anos o médico se dedicou a atender e trabalhar pelo povo. Emocionado, Chiquinho disse ser uma honra participar de um acontecimento tão importante, que representa o reconhecimento e a admiração de toda a sociedade maranhense ao médico e político maranhense Antonio Jorge Dino, um dos mais abnegados homens, que durante toda a sua vida profissional levantou a bandeira da saúde do seu povo e que deixou um rico legado no combate ao câncer em todo o Maranhão.
“Os ensinamentos deste tão exemplar político, que sempre levou consigo o compromisso com o próximo, continuam perpetuados até hoje com os trabalhos que seus familiares vêm desenvolvendo à frente da Fundação Antonio Jorge Dino e do Hospital Aldenora Belo, referência em tratamento especializado de câncer no estado”, destacou o parlamentar.
A programação continuou à noite com uma sessão solene na Câmara de Vereadores e foi marcada por emoções e boas recordações. A viúva recebeu várias homenagens de políticos, estudantes e admiradores de Dino.
Em seu pronunciamento no auditório da Câmara Municipal, o deputado enalteceu a obra e vida pública, e principalmente os serviços prestados durante anos e anos dedicados à população maranhense, ressaltando sua trajetória como médico e quando ingressou na política como deputado estadual até chegar a governador do Estado. Chiquinho destacou ainda um episódio ocorrido em 1958, quando ele tinha cerca de 10 anos de idade, e precisou ser atendido com urgência pelo clínico.
As celebrações foram encerradas na Praça Pública de Cururupu com as apresentações de várias manifestações culturais e artísticas da região, entre eles o bumba-meu-boi de Cururupu, sotaque de costa de mão, dança típica local.

Trajetória de luta na política e pela saúde
Antônio Jorge Dino nasceu no dia 23 de maio de 1913, em Cururupu, Maranhão, filho de Jorge Antonio Dino (imigrante libanês) e de Vicência Faria Dino (filha de flagelados da seca de 1877, no Ceará). Formou-se em medicina em 1940, quando conquistou o primeiro prêmio de cirurgia da Sociedade de Medicina e Cirurgia, tendo concorrido com o trabalho intitulado “Colpoperineoplastias”.
Foi interno da Policlínica de Botafogo e do Hospital da Sociedade Espanhola de Beneficência; interno, por concurso, do Pronto Socorro do Rio de Janeiro; diretor e chefe de cirurgia do Hospital de Clínicas Alan Kardec; médico e chefe de obstetrícia do Hospital da Sociedade Espanhola de Beneficência. Integrou a Missão Médica do Brasil à Argentina e Uruguai em 1941. Foi assistente do Professor Mota Maia, catedrático de Clínica Cirúrgica da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil e assistente do Professor Augusto Paulino Filho, na cadeira de técnica-operatória da Faculdade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.
Atuou como médico do SAMDU, na Guanabara, membro da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e de São Luís do Maranhão, professor do Curso de Preparação de Candidatos ao Concurso de Internos do Pronto Socorro do Rio de Janeiro. Foi regente da cátedra de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Maranhão. Presidente da União dos Discípulos de Jesus do Rio de Janeiro. Médico do INPS e da SUDEP. Diretor Perpétuo do Hospital de Clínicas Alan Kardec do Rio de Janeiro.
Dino escreveu vários trabalhos originais apresentados às Academias de Ciências Médicas do país e do estrangeiro. Foi Oficial da Reserva da Arma de Infantaria. Fez o curso de Medicina Militar e estágio médico no Grupo Escola de Artilharia Motorizada, em Deodoro, Guanabara; foi oficial médico da Reserva do Exército. Foi colaborador da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), turma de 1969.
O médico foi também fundador e presidente da Associação Maranhense do Rio de Janeiro. Fundador das Sociedades Folclóricas do Rio de Janeiro, de Cururupu e de Brasília, esta última hoje vinculada à Universidade Federal de Brasília. Foi presidente da Liga Maranhense de Combate ao Câncer e diretor do Hospital Aldenora Bello, cargos que ocupou até morrer.
Casou-se em 16 de março de 1953, em São Luís, com Enide Moreira Lima. Foram morar na Rua Santo Amaro, 137, Catete – Rio de Janeiro. Desta união nasceram Silvia, Célia, Jorge, Regina, Antônio e Rosila. Antes do casamento teve dois filhos: Oswaldino e Roberto.
Foi eleito deputado federal por dois mandatos consecutivos (1954 e 1958), tendo sido, na Câmara Baixa do País, membro das Comissões de Educação e Cultura e de Orçamento; relator do Orçamento do Ministério de Agricultura e integrante da comitiva parlamentar que visitou o Oriente e a Europa, em missão oficial, no ano de 1957.
Em 1962 Antônio Jorge Dino foi eleito deputado estadual. Em 1965 foi indicado para vice-governador na chapa do candidato José Sarney, tendo sido eleito em outubro de 1965 e tomado posse em 31 de janeiro de 1966. No dia 14 de maio de 1970 assumiu definitivamente o Governo do Estado do Maranhão, com a saída do Governador Sarney para candidatar-se a uma cadeira no Senado.
Morreu de parada cardíaca no dia 18 de julho de 1976, em sua residência na Camboa, em São Luís, Maranhão.