Professor Lemos apresentou índices que justificam inclusão de cidades maranhenses no Semiárido
Marcelo Neves (Sudene), Edilson Baldez (FIEMA), Luiz Fernando Renner (FIEMA)

São Luís – As cidades maranhenses de Araioses e Timon foram incorporadas à região do semiárido, nessa quinta-feira, durante a XXII Reunião do Conselho Deliberativo da Sudene (Condel), em Fortaleza. A partir de 2018, elas poderão usufruir de subsídios como financiamentos do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE), entre outros. A inclusão das cidades, que estão na área de atuação da Sudene – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – foi amplamente discutida na Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), em uma iniciativa do Conselho Temático de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da entidade, o COPIN, junto a órgãos do governo federal e estadual.

“Consideramos uma grande vitória para o nosso estado e para estas cidades essa inclusão no semiárido. Sabemos que vários municípios maranhenses possuem essas características e agora poderão usufruir de benefícios”, destacou o presidente da FIEMA, Edilson Baldez das Neves. Inicialmente, o pleito maranhense junto à Sudene era para a incorporação de oito (8) cidades. “Continuaremos a atuar em parceria com a Sudene, governo estadual, federal, a fim de dinamizar projetos e ações que possam fomentar a economia do nordeste”.
Além de financiamentos do FNE, outros benefícios como o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), com linhas de financiamento com taxas a 1% ao ano, faz parte dos subsídios das cidades que estão no semiárido. “Estes subsídios são instrumentos que podem impulsionar o desenvolvimento econômico dessas regiões”, disse o presidente do COPIN e diretor da FIEMA, Luiz Fernando Renner, que também é membro titular do Condel, na condição de representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo a Sudene, a inclusão se deu a partir de levantamento técnico produzido por grupo de trabalho interministerial, do qual o Ministério da Integração e a Superintendência fizeram parte. O órgão esclareceu, ainda, que a decisão considerou como critérios o percentual diário de déficit hídrico e índices pluviométrico e de aridez.
Pleito - O tema esteve em pauta na Casa da Indústria Albano Franco, inclusive em ações recentes da FIEMA, como o Roadshow Investimento e Desenvolvimento do Nordeste, realizado em parceria com a Sudene, e Associação Nordeste Forte – formada pelas nove Federações das Indústrias da Região Nordeste, no início de novembro. O encontro ocorreu na Federação como parte da programação da Expo Indústria Maranhão e reuniu diversos empresários maranhenses de empresas industriais dos mais diversos portes e setores.
Na ocasião, o superintendente da Sudene, Marcelo Neves, que esteve no encontro, defendeu uma política especial diferenciada para o Nordeste. “Precisamos repensar a economia do Nordeste com ações articuladas, que possam fortalecer os indicadores sociais e as atividades econômicas. Precisamos de políticas especiais e diferenciadas para que possamos reverter esta ideia de que o Semiárido significa subdesenvolvimento. Podemos ser mais fortes e competitivos com as condições diferenciadas”, enfatizou.
Estudo – Em maio, a FIEMA trouxe ao Maranhão, o engenheiro agrônomo, doutor e pós-doutor em Economia Rural, dos Recursos Naturais e do Meio Ambiente, professor e coordenador do Laboratório do Semiárido (LabSar) da Universidade Federal do Ceará (UFCE), José de Jesus Sousa Lemos, que tem um amplo estudo na área do semiárido.
A pesquisa trabalha com dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010 e os PIB dos municípios publicados pelo IBGE em 2009, levando em consideração os indicadores de exclusão de educação, renda, água, saneamento e coleta de lixo. Os resultados do estudo apresentados na FIEMA apontam que pelo menos quinze (15) municípios maranhenses têm índices (comprovados em série histórica) de aridez compatíveis com o que as Nações Unidas classificam como semiárido.