O Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, divulgou ontem (31) um vídeo em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff é o primeiro passo para a superação da atual crise vivida pelo Brasil, mas alerta para o que virá após esse processo.

“É preciso ter calma, o Brasil vive um momento extremamente difícil, nós precisamos olhar o dia de amanhã. Não é só o impeachment, é preciso olhar para o que vem depois”, disse Fernando Henrique no vídeo, veiculado em evento do instituto para os correligionários do partido. “Nós vamos ter depois que buscar um grande consenso nacional. E o PSDB tem que ser um partido da construção do futuro do Brasil, mas isso não pode ser feito por meio de acomodações. O preço do acordo não pode ser acabar com a Lava Jato. A Lava Jato é parte do processo democrático brasileiro”, completou.
O ex-presidente rebateu o discurso que vem sendo adotado pelo governo de que o atual processo de impeachment é um golpe contra a democracia. “Diante da incapacidade do governo de governar, de flagrantes abusos que ferem a nossa Constituição praticados reiteradamente por aqueles que detêm o poder, infelizmente não há outro caminho senão marcharmos para o impeachment. Não tem nada a ver com golpe, é um remédio constitucional. Quando há apoio na sociedade, maioria no Congresso e uma base jurídica, vai-se ao impeachment”, afirmou.
Fernando Henrique disse ainda que há potencial no Brasil para superar a crise econômica. “[Isso ocorrerá desde que seja] mantida a Constituição e superado esse processo dramático que estamos vivendo, por erros do governo petista que nos levaram ao caos que estamos vivendo na economia, nos levaram a essa indecisão na vida política por incapacidade e pela necessidade de serem hegemônicos, de controlar tudo”.
O ex-presidente ressaltou que o impeachment não é um processo penal ou criminal e sim político, de reconhecimento da incapacidade de um governo de resolver os problemas do país. No final da gravação, ele conclama o PSDB a “marchar unido pelo impeachment”. (Agência Brasil)