Pedro Peduzzi
Agência Brasil
Com uma bancada de seis deputados que se declararam favoráveis ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o PV iniciou seus discursos pelo deputado Roberto Lucena (SP). “O problema está no modelo político brasileiro”, destacou ele, ao acrescentar que isso já está sendo percebido pela população brasileira. O PV foi o 18º partido a ter a palavra.
“Seria simples trocar apenas o governo, mas a crise é de confiança”, disse o deputado ao classificar de “superado” o atual modelo de gestão pública, que favorece a “corrupção sistêmica” e o descaso com o povo. “Afeta todos os partidos e todos políticos. É uma crise espiritual e de princípios”, acrescentou.
Para ele, não basta mudar o governo. O que o país precisa é aperfeiçoar os instrumentos de transparência e de combate à corrupção. “Quem não sabe onde quer chegar simplesmente não chega a lugar nenhum”, disse.
“Votarei a favor da admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff absolutamente consciente de que o impeachment em si não é a solução para o país, nem econômica nem política, mas é a escala. Não é momento de festa nem comemoração nem descontração. É um momento triste para o nosso país, e uma tarefa de reconstrução independente de cor partidária ou classe social. Esse muro [construído na Esplanada dos Ministérios, em Brasília] é a expressão material do estado de espírito do país. É uma fratura exposta na alma nacional. A sociedade precisa agora se reunir num pacto nacional para reconstruir pontes”, acrescentou.
O deputado Evair de Melo (ES) negou que o impeachment da presidenta represente um golpe para o país. Segundo ele, comete golpe quem conspira contra os ideais do povo brasileiro. “Esta Casa está próxima de dar uma contribuição significativa para um novo tempo no Brasil, virando uma página amarga de nossa história. Dias melhores virão. Não tenho a menor dúvida sobre isso.”
Em seu discurso, Evandro Gussi (SP) reiterou a visão da bancada do PV, de que Dilma cometeu crime de responsabilidade, e que o quadro fica pior em função da falta de confiança da população em relação ao governo. “Os empregos estão desaparecendo, a renda está se corroendo. Não há mais alternativas.”
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