Brasília-DF - Em tom mais moderado do que o adotado em entrevistas recentes à imprensa, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot depôs por mais de oito horas, nessa terça-feira (28), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados.
O ex-dirigente da autarquia que comanda um orçamento de R$ 15 bilhões (em 2012) admitiu ter procurado empresas contratadas pelo órgão para que fizessem doações à campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República, em 2010. Pagot minimizou a acusação feita por ele e publicada pela imprensa contra José Serra, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, de desvio de recursos do Rodoanel de São Paulo em 2010.
– Foi conversa de bêbado em botequim – disse Pagot, que chefiou o Dnit de outubro de 2007 a julho de 2011.
O ex-diretor do Dnit ainda negou conhecer Carlinhos Cachoeira e admitiu que o ex-senador Demóstenes Torres pediu obras para a empreiteira Delta no Mato Grosso. Ele disse que foi destituído da direção da autarquia por ser vítima de “um complô” do então diretor da construtora no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, e de Cachoeira.
Complô
Luiz Antônio Pagot disse acreditar que quiseram derrubá-lo devido à sua atuação no comando do órgão. Ele afirmou que “não dava vida boa” a nenhuma empresa nem a prestadores de serviço; era exigente e chamava atenção constantemente para a correta execução de obras e da manutenção de cronogramas.
– E a Delta, desde o primeiro trimestre de 2010, já vinha apresentando problemas. Na BR-116, no Ceará, por exemplo, havia subcontratado empreiteira local sem autorização. Na BR-104, em Pernambuco, queria aditivo de preço, o que não foi aceito. Na BR-101, no Rio de Janeiro, a empresa não cumpria o cronograma e dava desculpas. Isso foi gerando um dissabor, principalmente, no Cláudio Abreu [diretor regional da empresa] – disse. (Agência Senado)
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