Um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) apontou que o alto desenvolvimento socioeconômico é realidade de poucas cidades do Brasil. De acordo com o estudo divulgado nesta quinta-feira, 28 de junho, somente 7,9% dos Municípios do país têm este nível de classificação.
O estudo identifica que, dentre os 5.471 Municípios avaliados em 2016 pela entidade, apenas 431 tiveram alto índice de desenvolvimento – 223 a menos que em 2013, ano que precedeu o ingresso do país na recessão econômica. Em contrapartida, apenas 11 cidades foram classificadas com baixo desenvolvimento. O estudo indica que a maioria dos Municípios avaliados (3.743) tinha desenvolvimento moderado em 2016. Já os demais (1.286) tiveram índice regular de desenvolvimento.
O estudo é mensurado pelo Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Para que seja feito o cálculo do IFDM, foi feito o monitoramento das áreas de emprego e renda, educação e saúde com base nas estatísticas oficiais dos respectivos ministérios. O índice varia de 0 a 1, sendo que, quanto mais perto de 1, maior o desenvolvimento.
País dividido
A análise regional do IFDM mostra que permanece grande a desigualdade socioeconômica entre as regiões do país. Segundo o coordenador de estudos econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, “o Brasil continua dividido em dois: Norte e Nordeste com menor desenvolvimento, e Sul e Sudeste com maior desenvolvimento”.
De acordo com o estudo, a região Norte tem 60,2% dos seus Municípios com desenvolvimento baixo ou regular. O Nordeste tem 50,1% de suas cidades nesta condição. Juntas, as duas regiões respondem por 87,2% do total de Municípios nessas classificações. O Sul se mostra como a região mais desenvolvida, com 98,8% dos Municípios classificados com desenvolvimento entre moderado e alto e nenhuma cidade classificada com baixo índice. No Sudeste, 92,9% das cidades tiveram índice entre moderado e alto e, assim como no Sul, nenhum Município teve baixo desenvolvimento.
A Firjan destacou que, desde 2014, a Região Centro-Oeste alcançou o padrão Sul-Sudeste de desenvolvimento. Em 2016 ela apresentou 92,4% dos Municípios classificados com desenvolvimento entre moderado e alto, e nenhum com índice baixo.
Norte e Nordeste
Ao analisar os 500 Municípios menos desenvolvidos de acordo com o IFDM, o estudo constatou que, em 2016, a maioria deles (96%) continua sendo das regiões Norte e Nordeste. O ranking não variou desde 2006. A Bahia é o estado com o maior percentual (34%) de Municípios entre os 500 menos desenvolvidos, seguida pelo Maranhão (20%) e Pará (13%). A Região Sudeste ficou com apenas 2,6% de Municípios nesta lista dos 500 menores, e o Centro-Oeste com 1%. Já a Região Sul não teve nenhum Município entre os piores IFDMs do país.
No ranking oposto, ou seja, dos 500 Municípios com os maiores índices de desenvolvimento, a Região Sudeste liderou a lista, com 50%, seguida da Região Sul, com 41%. O Centro-Oeste respondeu por 7% deste ranking. O Nordeste ocupou apenas oito posições (1,6%) na lista dos 500 maiores IFDMs, sendo sete Municípios do Ceará e um do Piauí. Já a Região Norte teve apenas a capital do Tocantins, Palmas, incluída nesta lista. (Assessoria-CNM)
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