Hemerson Pinto
Durante entrevista concedida ontem ao Sistema Nativa de Comunicação, o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, manifestou o interesse que, segundo ele, continua demonstrando pelo caso do transporte público de Imperatriz. O chefe do executivo municipal revelou os impedimentos para a quebra contratual com a Viação Branca do Leste e cobrou presença na luta do movimento que deu início aos protestos pelo rompimento do contrato.
“Há mais de um ano a gente vem conversando e alertando ao dono da empresa que o serviço é péssimo, que o povo tá mal atendido, os ônibus não prestam, quebram, são irregulares, qualquer ônibus que você encoste tem irregularidades. O povo de Imperatriz não merece ser transportado em sucata”, declara o prefeito, comentando as apreensões de dezenas de veículos ocorridas há alguns dias.
Madeira lembrou que no mês de junho foram realizados atos que levaram às ruas milhares de pessoas, cobrando principalmente melhorias no transporte público, a começar pela substituição da empresa que detém a concessão de 70% das linhas no município. “Abrimos processo administrativo e antes de chegar a conclusão o Ministério Público abriu ação civil pública e a justiça determinou a quebra do contrato. Depois a empresa entrou na justiça e dia 10 [julho] rompi o contrato. Antes de notificar a empresa, a justiça derrubou a decisão da juíza. Quando nós notificamos, a desembargadora Cleonice deu decisão proibindo que a prefeitura rompesse o contrato”, explicou.
Durante esse período, o prefeito Madeira afirmou que a Prefeitura viabilizou duas empresas para prestar serviços (caráter emergencial) logo após uma possível quebra de contrato. “Enquanto isso, consegui duas empresas que estão na garagem aguardando autorização pra rodar. Hoje estou de mãos atadas pela justiça, entramos com mandado de segurança, estive na terça-feira em São Luís e conversei com o relator do processo para que ele desamarre minhas mãos para eu resolver o problema de transporte”, disse.
Quanto à última manifestação realizada por funcionários da VBL na manhã da última segunda-feira, interditando o trânsito na BR-010, na ponte sobre o Riacho Cacau, afirmou: “Uma atitude de gangster, encheu ônibus de pneus, levou funcionários para ponte e tocaram fogo nos pneus”, declarou, reafirmando: “Na hora que a justiça definir que eu posso romper o contrato imediatamente tem ônibus”.
Movimento – Citado na entrevista do prefeito Madeira, o Fora VBL publicou no facebook do movimento, na tarde ontem, o convite para reunião de construção do 6º ATO. A reunião estava marcada para a noite de ontem, na Universidade Estadual do Maranhão. ‘Quem disse que sumimos?’ é a frase destacada no convite.
Vereador – Na entrevista, Madeira também cobrou a presença dos vereadores de oposição que, segundo ele, abandonaram o caso. Em resposta, o vereador Marco Aurélio público na rede social facebook que, para ele e os vereadores Carlos Hermes, Rildo Amaral e Aurélio Gomes, a afirmação não é apropriada. “Em primeiro lugar, nós nunca fugimos dessa luta e, muito pelo contrário, sempre estivemos encaminhando ações e mantendo o debate na câmara de vereadores e com a cidade. Reforço também minha discordância nessa interferência do Tribunal de Justiça em desrespeitar atos administrativos, que representam a necessidade de Imperatriz”, declara o vereador.
Marco Aurélio justificou que no momento o debate é em nível administrativo e jurídico, mas “estou pronto para ajudar, como sempre estive e em nenhum momento deixei de apoiar a causa do transporte público, que necessariamente passa pela quebra da concessão pública da prefeitura de Imperatriz com a VBL. Sei que posso dizer o mesmo dos meus colegas vereadores”, ressalta.
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