Técnicos de vigilância epidemiológica e das secretarias municipais participam da reunião

São Luís - O Governo do Estado e os 33 municípios considerados prioritários no combate à dengue estão traçando estratégias para conter uma possível epidemia da doença. O secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad, esteve reunido nessa terça-feira (10), no auditório do Centro de Medicina Especializada (Cemesp), com técnicos de vigilância epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e das secretarias municipais de saúde das cidades em alerta para discutir as principais providências a serem tomadas.
Ricardo Murad lembrou que a melhor forma de evitar e combater uma epidemia é a realização de ações que eliminem focos das larvas (internos e externos) e ações assistenciais. “Vamos fazer uma ampla campanha publicitária com foco no combate ao vetor da dengue e firmar parcerias com os municípios para montar uma rede de assistência 24 horas, com profissionais capacitados para diagnosticar e tratar o paciente de dengue”, afirmou.
Ele lembrou que o agravamento do paciente com dengue sobrecarrega as unidades de referência regionais, que já trabalham com sua capacidade máxima de atendimento. “Precisamos urgentemente montar uma rede de atenção preferencial de assistência nos municípios com médicos qualificados, fichas de diagnóstico de dengue e serviços de hidratação para que o paciente tenha um tratamento precoce, com ênfase na hidratação oral e venosa”, afirmou Ricardo Murad.
Os gestores regionais de saúde vão discutir com os secretários dos municípios em estado de alerta para avaliar e eleger quais as unidades de saúde com capacidade para receber pacientes para hidratação. “O Estado vai firmar convênios com esses prefeitos para equipar as unidades que servirão de apoio e capacitar equipes para diagnosticar e tratar o doente”, completou Ricardo Murad.
O secretário de Saúde de São Luís, Gutemberg Araújo, disse que o que mata o paciente é a falta de atendimento precoce. “Estamos colocando todas as nossas unidades de saúde à disposição e priorizando os atendimentos de casos de dengue para que esse paciente não tenha seu quadro clínico agravado e necessite de UTI ou evolua para um óbito”, acrescentou.
Para um diagnóstico mais preciso, uma ficha de atendimento do paciente suspeito de dengue será distribuída em todas as unidades de saúde estaduais e municipais para facilitar o diagnóstico e, se necessário, acompanhar o paciente na transferência para outra unidade. Além dos dados pessoais do paciente, a ficha registrará os sinais vitais, sintomas, condições de risco, sinais de alarme, choque, estadiamento do caso, exames solicitados e conduta de tratamento.
A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SES, Graça Lírio, disse que em 2011 foram notificados 14.026 casos de dengue e 2.262 internações (16,12%) no Maranhão. No topo da lista de notificações de maior incidência aparecem Itapecuru-Mirim, São Luís, Presidente Dutra e Imperatriz. “Os fatores que contribuem para o risco de epidemia são aumento das áreas de infestação por Aedes aegypti, fragilidade no trabalho de campo, circulação de novo sorotipo e deficiências na limpeza pública (acúmulo de resíduos sólidos nas áreas urbanas)”, informou.

Planos de contingência
Os 33 municípios em alerta concentram 60% dos casos de dengue no Maranhão. Destes, 31 tiveram seus planos de contingência aprovados pelo Ministério da Saúde e receberão recursos para promover a limpeza pública, dando destino adequado aos resíduos sólidos e garantir o abastecimento de água, sem interrupção, para reduzir ao máximo a possibilidade de formação de focos do vetor e manter o trabalho de campo para o combate ao Aedes aegypti em pleno funcionamento, conforme as normas do Ministério, de janeiro a dezembro (número de agentes, bolsa com kit completo, insumos, fardamento, etc.).
O secretário-adjunto de Vigilância em Saúde da SES, Alberto Carneiro, adiantou que os recursos também podem ser utilizados para realizar capacitação de toda a equipe de saúde sobre as ações de prevenção, vigilância e controle da dengue; notificar e investigar os casos de dengue nos prazos estabelecidos pelas normas nacionais; promover educação em saúde para população quanto às medidas necessárias para prevenir a dengue e, ainda, integrar as ações de combate à dengue nas unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF).