A cidade cresceu desordenadamente, com o surgimento de bairros por invasões e loteamentos clandestinos e sem infraestrutura. O que será feito para acompanhar esse crescimento evitando os inúmeros problemas que acabam inviabilizando uma administração?

Kleber Miranda: Imperatriz tem se deparado com um grande problema, que expõe em risco itens como a qualidade de vida e a natureza, que é o crescimento desordenado, sem qualquer estrutura e planejamento. Uma má administração, o  transporte coletivo caro e deficiente, o trânsito congestionado, a poluição, o lixo, as enchentes, a falta de áreas verdes, os impostos e a violência fazem parte de uma lista interminável de causas que precisam ser administradas. Na nossa administração faremos um estudo na busca de soluções habitacionais apropriadas à realidade de Imperatriz, que sejam compatíveis com as características locais de cada comunidade, priorizando as ações que minimizem os transtornos sociais, econômicos e culturais para as populações beneficiadas.

A urbanização é outra questão que vem se arrastando sem a devida atenção do poder público. A área comercial, por exemplo, foi ocupada pelos camelôs e até agora nenhum gestor ousou enfrentar o problema. Se já não bastassem os camelôs, o pedestre também é empurrado para o meio da rua devido à falta de padronização das calçadas. Há interesse em resolver esse problema? Quais as dificuldades?

Kleber Miranda:  Precisamos avaliar a condição atual dos que sobrevivem do comércio informal. Sinceramente, em um Estado onde existe tanto desemprego, nós devemos olhar para o ambulante e ver nele um empregador de si mesmo. Diferente da ideia de impedir o trabalho ambulante, o nosso governo irá dar condições humanas e estruturas para o estabelecimento desses profissionais. É uma ideia inovadora e que precisamos avaliar com mais detalhes. No nosso governo, veremos a possibilidade de ampliar o calçadão, retirar a Secretaria de Saúde do centro e utilizar este espaço para criar um Kamelódromo Municipal para acomodar estes microempreendedores.

Imperatriz, já com os seus 160 anos, ainda enfrenta o grave problema de saneamento até na sua parte central; riachos poluídos, exalando forte mau cheiro na cidade recebem esgoto sanitário jogado pela população e levado para o rio Tocantins, sem tratamento, trazendo sérios problemas para a saúde e meio ambiente. Qual o seu plano para erradicar o problema?

Kleber Miranda: A falta de saneamento básico, além de prejudicar a saúde da população, eleva os gastos da saúde com o tratamento às vítimas de doenças causadas pela falta de abastecimento de água adequado, sistema de tratamento de esgoto e coleta de lixo. Precisamos criar um aterro sanitário, canalizar e criar um sistema de saneamento com instalações sanitárias apropriadas para coleta, tratamento e disposição final adequada do esgoto, onde não se registra a presença de micro-organismos patogênicos na água do rio Tocantins, que serve como fonte de abastecimento à cidade.

O trânsito de Imperatriz está caótico. Há uma saída?

Kleber Miranda: O que falta é planejamento e disposição para fazer. Um dos grandes desafios nosso é o trânsito caótico que se encontra e o sistema de transporte público ineficiente. Queremos implementar um sistema de mobilidade urbana integrada, que inclua não apenas o transporte público, mas o particular, como automóveis e bicicletas. Precisamos fazer corredores exclusivos de ônibus, reestudar as linhas e adaptá-las à necessidade da população, principalmente nos bairros mais distantes; cobrar das empresas renovação das frotas e fazer paradas de ônibus satisfatórias. Precisamos organizar os estacionamentos no centro e cobrar fiscalização das filas duplas.

Na Educação, apesar dos investimentos, o ensino público ainda deixa a desejar. O que fazer para melhorar os índices? O professor se queixa da falta de valorização e capacitação. Só o aumento de salário é o suficiente para que ele tenha estímulo para trabalhar?

Kleber Miranda: Precisamos observar a questão do ambiente e dos recursos materiais e humanos. Uma boa qualidade de vida gera contentamento e satisfação que redundam em maior comprometimento e disposição para o trabalho. Isso serve para professores, funcionários e também para os estudantes. A nossa proposta é valorizar o professor, estabelecendo um plano de cargos e salários do FUNDEB 60 para melhorar a remuneração dos profissionais, investir em cursos de capacitação, implantar internet banda larga nas escolas públicas, facilitando e ampliando o ensino e o aprendizado. Vamos reestruturar o ambiente escolar: salas arejadas, bem iluminadas, pintadas e limpas e acabar com a indústria do aluguel, construindo escolas com sedes próprias.

A saúde sempre foi outro empecilho no caminho dos gestores públicos. Imperatriz não atende apenas os seus moradores (230 mil, segundo o IBGE), mas de toda a região sul do Maranhão, além do Tocantins e Pará. Embora tenha melhorado muito, nos últimos anos, qual a saída para tornar eficiente o funcionamento da saúde pública municipal de Imperatriz?  

Kleber Miranda:  Não é de hoje que a saúde pública de Imperatriz "grita" por mais investimentos e mais atenção de nossas autoridades. Não há leitos suficientes nem médicos para atender ao número de pacientes. Primeiro, vamos investir em atenção básica com profissionais, medicamentos e equipamentos. Iremos descentralizar o Socorrão, tornando os postos de saúde das regiões mais populosas e distantes do centro, como Grande Cafeteira e Conjunto Vitória, em Postos de Saúde 24 horas; buscaremos recursos junto ao Ministério de Saúde para aumentar o número de equipes do PSF. Vamos investir na humanização de cada setor. Vamos colocar em funcionamento o decreto 7508/11 do SUS, que vai organizar o sistema público de saúde e a articulação interfederativa, criando as regiões de saúde e facilitando o repasse financeiro do atendimento de usuários de outros municípios.

Os pilares econômicos de Imperatriz são o comércio e a prestação de serviços. Mas começam a chegar grandes indústrias, como a Suzano, e parece que o atual Distrito Industrial não é capacitado para receber tais indústrias, ou mesmo de porte menor. Qual será a participação da administração municipal para resolver esse problema e como você analisa o desenvolvimento da cidade?

Kleber Miranda: Na nossa administração investiremos na infraestrutura do Distrito Industrial com logística e prestação de serviços. Também, nos reuniremos com os empresários e gerentes das indústrias para definir as prioridades. A nossa prioridade será incentivar as empresas que estão se instalando em Imperatriz e cobraremos delas a valorização da mão-de-obra qualificada de pessoas residentes da nossa cidade e fiscalizaremos as instalações e o cumprimento das regras de acordo com o meio ambiente.

Em ordem de importância, quais as prioridades da sua administração? Justifique-as.

Kleber Miranda: A nossa prioridade é fazer funcionar com qualidade tudo que já existe. Imperatriz precisa de muitos projetos e ações. Faremos uma ação conjunta na saúde e infraestrutura, assim como na educação, porque cremos que há uma necessidade de intervir de forma urgente nestas áreas.

Por que você é candidato a Prefeito de Imperatriz?

Kleber Miranda: Eu sou candidato a prefeito de Imperatriz porque amo a minha cidade, fui criado aqui e me entristeço em ver o descaso com o meu povo. Temos tudo para crescer como cidade. Sei que é possível e que precisamos investir em novos nomes. Sou uma pessoa comum, não sou político profissional e me preocupo com as pessoas menos favorecidas que não têm acesso ao básico.

Quais os políticos mais importantes que estão lhe emprestando apoio e quais os vínculos dos mesmos com Imperatriz ou a Região Tocantina?

Kleber Miranda:  Eu sou um homem temente a Deus e entrei na política com um objetivo: não me aliar com nenhuma pessoa que tenha a visão diferente da minha. Não tenho inimigos políticos e me dou bem com todos. Quero me juntar com todos que amam a minha cidade e que queiram vê-la crescer.

Nome completo: Kléber Silva de Miranda
Idade: 43 anos, casado, pai de 4 filhos
Profissão: cirurgião dentista, com mestrado em Ortodontia.
Nasceu em Anápolis/GO e mora aqui desde os 5 anos de idade. Os seus pais são imperatrizenses.