Na última sexta-feira, recebemos a notícia oriunda do Ministério do Trabalho de que o Maranhão, no mês de julho, obteve o melhor resultado do Brasil no que se refere à geração de empregos, em números relativos. Enquanto infelizmente o desemprego cresceu em 24 Estados, o Maranhão, o Pará e o Mato Grosso foram as únicas unidades federadas que tiveram saldo positivo. Isso demonstra o acerto dos esforços que estamos fazendo para atenuar os efeitos da aguda crise que se instalou no nosso país e na maioria do mundo ocidental, desde 2008.
Com obras públicas, justiça tributária e com apoio a cadeias produtivas, vamos avançar ainda mais na geração de empregos, sobretudo quando a recessão brasileira ficar para trás. Entretanto, o foco na geração de oportunidades no mundo do trabalho não invalida a prioridade às políticas sociais compensatórias, essenciais para que enfrentemos as desigualdades e para que ampliemos o mercado de consumo.
Com efeito, o tempo para quem tem fome é mais urgente. “Os famintos têm pressa, não podem esperar”, disse certa vez o sociólogo Betinho, numa de suas frases simples e cortantes. O Brasil provou, na última década, que combater a fome é o primeiro passo para a garantia de tantos outros direitos como o acesso à educação e à saúde.
No Maranhão, essa urgência se faz ainda maior porque, infelizmente, 60% de nossa população não tem alimentação adequada assegurada todos os dias, segundo dados divulgados em dezembro de 2014 pelo IBGE. Esse é o retrato de anos de conivência do Poder Público com a concentração de renda crescente e com a desarticulação do sistema produtivo em nosso Estado.
Para que tenhamos mais segurança alimentar, estamos dando muitos passos. Por exemplo, nesta semana, tivemos o Fórum de Gestores do Nordeste da Agricultura Familiar e finalizamos o ciclo de Conferências de Segurança Alimentar no Estado. Com uma forte mobilização social e política, ampliamos a participação dos municípios na difusão de conhecimento acerca do tema, passando de 21 municípios participantes em 2014 para 124 nas Conferências de 2015: um número cinco vezes maior.
Além disso, vamos passar de 6 restaurantes populares localizados em São Luís para 42 equipamentos de segurança alimentar espalhados pelo Estado. Nos municípios mais pobres, vamos licitar cozinhas comunitárias nas quais vamos empregar a mão-de-obra local, utilizaremos o máximo de produção agrícola de pequenos produtores e acompanharemos com profissionais especializados o fornecimento das refeições. E já começamos o serviço de jantar nos restaurantes existentes na Ilha, com ampla satisfação dos usuários.
Aliado a isto, estamos retomando a capacidade produtiva de nosso Estado com o fortalecimento da Agricultura Familiar, para que tenha lugar de destaque no mercado interno e externo, tornando-se uma atividade capaz de gerar excedentes comercializáveis, a fim de dinamizar a economia maranhense e elevar a qualidade de vida da população. Sobre isso, teremos importantes eventos na semana que hoje se inicia, na cidade de São Bento, contando com a presença do Ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário.
Como se vê, o Maranhão possui hoje um conjunto de políticas sociais, inclusive de geração de empregos, conduzidas com muita seriedade e dedicação. E os resultados já estão aí e se multiplicarão nos próximos anos. A pressa dos que têm fome, descrita por Betinho, é o que nos impulsiona.
* Governador do Maranhão
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