Illya Nathasje

A região tocantina ferveu política no entorno do que, a princípio, parece ser a grande disputa. No sábado, o anúncio do empresário Ribinha Cunha como candidato a vice de Roseana Sarney pegou o governador Flávio Dino e seus camaradas de calças curtas. Tanto foi que enquanto se realizava sua convenção, diversos agentes do PCdoB, entre esses, o próprio, buscava no médico e pecuarista Gilson Kyt um suplente de senador para chamar de seu. 

Dá para acreditar que um macaco velho em política como Pedro Fernandes, que já havia fechado acordo em torno do filho, o vereador Pedro Lucas, como candidato a deputado federal, tenha levado à coligação seu PTB, para fechar de véspera sua indicação? Não dá! No melhor estilo de sedução, ofereceram isso - a primeira suplência - para entregarem aquilo, a segunda. Dizer que era um acordo de Eliziane Gama e que não sabiam, é mais que desprezar a inteligência alheia. Jogaram a isca, levaram a recusa. 

Primeiro, uma observação: deputado e presidente estadual do PSC, Léo Cunha, ao longo dos últimos meses, em mais de uma ocasião tentaram lhe tirar o partido. Ao seu estilo, muitas vezes na caravana do governo a percorrer cidades, nunca deixou vir a público o que pensava e para onde iria. As circunstâncias que levaram seu partido a apoiar Geraldo Alckmin no plano nacional e a posição ferrenha da deputada Luana Costa, selou-lhe o cavalo. Se vai chegar é outra história. A verdade é que no calor das convenções a balança pendeu. Mas o que acrescenta Ribinha Cunha?

Os votos recebidos na eleição para prefeito de Imperatriz, insuficientes por muito pouco (cerca de dois mil) até para tomar o terceiro lugar da candidata governista Rosângela Curado, é que menos vale. Importa é o tempo de televisão que seu partido possui (cinco minutos a mais), ser da região tocantina, aí incluída sua relação com o empresariado e sua juventude.

Até aqui, Roseana Sarney é um capítulo à parte. Até "ontem" distante da disputa, provocada todos os dias e renegada sempre, chega como protagonista. O que lhe é mau, a fama, pode ser sua couraça. Há anos, ela e os seus são os culpados pelas mazelas do Maranhão. Por esse perfil é possível afirmar que ela não vai perder um voto dos que tem.

E Flávio Dino? O dia 7 de outubro nos confirmará, ou não, o que tantas vezes apregoaram: a de que ele vence as eleições no primeiro turno. Até agora, o discurso que norteou a disputa, foi do bem contra o Sarney. Passados quase quatro anos, será que o Palácio dos Leões não ostenta um acervo capaz de conquistar o eleitor com a exibição de seus feitos?