Deputado Eduardo Braide em visita a O PROGRESSO

Willian Marinho

O deputado estadual Eduardo Braide (PMN), que está em Imperatriz desde quinta-feira, afirmou que deseja ser candidato a governador e, para isso, vem articulando a formação de uma frente que possibilite garantir sua presença na eleição. O parlamentar esteve ontem pela manhã na Redação de O PROGRESSO, acompanhado do vereador Ricardo Seidel (Rede), e foi recebido pelos diretores Sergio Godinho e Sergio Henrique.
Antes de falar sobre o projeto, Braide fez um breve resumo de como foi a sua participação na eleição municipal de São Luís, quando esteve perto de ser eleito, embora tenha começado a campanha depois de todos os candidatos e enfrentando nomes como o do próprio prefeito Edvaldo Holanda Jr., da deputada Eliziane Gama e do deputado Wellington do Curso, todos já em plena campanha e massificando.
“Ao analisar as pesquisas, tanto quantitativas como qualitativas, observei que havia um número muito grande de pessoas que não queriam votar nos candidatos postos na disputa, e por isso decidi ser candidato e ir para a rua, mesmo em um partido pequeno e sem tempo na propaganda. Com isso, começaram os mais variados comentários de que eu estava apenas querendo ser vice e ser chamado por alguns dos candidatos, o que aumentou quando viram que registrei minha candidatura sem nenhum partido me apoiando. Mas segui em frente e mostrando meu projeto”.
Contou ainda que teve que entrar na Justiça para garantir participação no debate da TV Difusora e que, por conta da decisão judicial que obrigava a direção da emissora a inclui-lo, o debate foi cancelado. Com isso, a população começou a questionar o porquê de não quererem sua presença. Soube na antevéspera do último debate na TV Mirante que ele iria participar, pois a pesquisa Ibope lhe garantia o direito ao pontuar 5%. “Me saí bem no debate e fui dos 5% a quase 22, me levando ao segundo turno. Na primeira pesquisa após a eleição, cheguei ao patamar dos 54%, assustando meus adversários, em especial o prefeito Edvaldo Holanda. Aí se juntaram Governo do Estado e Município para me derrotarem”.
Deixou claro que vai utilizar esta mesma estratégia caso seja candidato para chegar a disputar o segundo turno, porque, a exemplo da capital, de acordo com ele, há um vácuo entre quem não quer votar no Flávio Dino e Roseana, e ele espera ocupar este espaço.
Sabendo das dificuldades de chegar a todos os municípios, ele vem priorizando cidades polos, como Imperatriz, Timon, Caxias e São Luís. “É claro que há ainda os municípios onde sou votado, pois já estou na Assembleia em dois mandatos”.
Sobre alianças, o parlamentar afirmou que vem mantendo contatos com partidos e lideranças políticas, como o deputado José Reinaldo Tavares, visando a formação de um grupo político ou frente ampla. “Fui auxiliar do deputado José Reinaldo. Ele anunciou que quer ficar ao meu lado e eu desejo contar com ele como meu primeiro candidato a senador. Quanto a partidos, não posso ainda anunciar, pois numa campanha em que há dois grupos disputando não pode-se antecipar estas adesões. Mas vamos construir esta frente”.
Questionado se será mesmo candidato a governador, ele respondeu: “Ainda não posso anunciar que sou candidato, muitas pessoas me fazem esta pergunta. No entanto, afirmo que tenho desejo de ser candidato e estou trabalhando no sentido de construir minha candidatura e só não serei se não tiver esta aliança”.
Para enfrentar os dois candidatos que já possuem uma rede em todo o estado, ele disse que o maior adversário é o tamanho do estado e que espera fazer visitas e conversar com a população. Também informou que seu pensamento e desejo é o de contar com um nome de Imperatriz como vice, que não será apenas um vice para compor, mas para trabalhar numa forma de prestigiar a cidade, respeitando o seu desenvolvimento. Disse que ainda não tem nome definido, mas está conversando e deseja ter este companheiro em sua chapa.
Espera que José Reinaldo leve o partido diante da situação que o DEM está vivendo. E que todas as candidaturas nos estados passam pelo cenário nacional e que tem muita coisa para mudar na questão partidária.
Eduardo Braide prega ainda um diálogo entre as lideranças políticas do estado para que os problemas sejam resolvidos e os recursos conseguidos em Brasília. Para ele, todos unidos em torno do Maranhão, o estado ganharia. Citou como exemplo o Ceará, em que todos se uniram na hora de lutar por um benefício. “No Maranhão, um puxa para um lado e outro para outro lado, e não trabalhando todos pelo estado. Quero ser um governador diferente, diferente no modo de pensar, ouvir e manter um diálogo com os setores e não fazer tudo sem debater e ouvir os interessados. Como a questão do projeto que antecipou a cobrança do imposto, que era pago sempre no dia 20 e foi antecipado para o primeiro dia, prejudicando os comerciantes que hoje não têm mais estoques nem reserva e que os órgãos de classe, como a Fiema, não foram ouvidos, e mais recentemente o projeto que retirava do Conselho Estadual dos Esportes, em que retirou a imprensa esportiva do conselho e aprovamos uma audiência pública, apresentamos uma emenda que será aprovada e voltando à normalidade”, disse.
Também discordou do governador Flávio Dino quando diz que o estado tem que fazer tudo; se o estado não fizer, ninguém faz. “Penso diferente, o estado precisa dar condições para aqueles que produzem riquezas e geram empregos, que fazem execuções de serviços em suas atividades, mas é claro uma política forte na área social. O que eu faria diferente, em momento de crise, todos os especialistas sabem que não se deve tributar o consumo. Pois gera o desemprego e eu disse isso na Tribuna na Assembleia, quando votei contra o projeto e o resultado está aí, placas de aluga-se, venda e empresas fechando, porque no momento em que todo mundo deveria entender, estimular, trabalhar parcerias nestas áreas, você aumentou o arrocho. Isso é uma política equivocada, citando exemplo dos Estados Unidos, que reduziram os impostos e aumentaram os empregos e os salários. E não aumentar imposto, como foi feito no Maranhão”.
Também defende uma política maior de incentivo ao setor primário como forma de manter as riquezas do estado aqui mesmo e não como está hoje, em que tudo vem de fora. Também disse que a visita em Imperatriz mais uma vez foi positiva e que todas as vezes em que vem à cidade é bem recebido e a população tem uma boa receptividade a ele.