O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse ontem que as declarações do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef sobre irregularidades na estatal apontam para “algo institucionalizado” na empresa.

“O que parece nas denúncias de hoje é que sim [ao ser questionado sobre se a corrupção era institucionalizada]. Porque segundo, não a oposição, segundo alguém que fazia parte desse esquema”, disse.
“Aquilo que era chamado pelo governo de malfeito, de desvio de conduta, de caráter, do que quer que fosse, agora chega de forma institucional a um partido político”, acrescentou em entrevista coletiva, na sede de campanha do partido.
Em depoimento à Justiça Federal, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, disse que empreiteiras repassavam 3% do valor de contratos superfaturados da empresa ao PP, PT e PMDB.
Aécio também rebateu as declarações feitas, mais cedo, pela presidenta Dilma Rousseff, em Salvador, de que o coordenador da área econômica da campanha de Aécio Neves, Armínio Fraga, defende que para resolver outros problemas da economia é preciso reduzir o salário mínimo.
“Muito mais do que uma tentativa de desconstrução, é um ato de desespero de uma presidente que está vendo que caminha para ser derrotada. Vamos para o debate real. Vamos falar de nossas propostas, nossas diferenças. Não temos que criar uma fantasia em torno de nossos adversários para ganhar uma eleição. Não houve nenhuma ação, na nossa história contemporânea, de maior inclusão social, na vida dos brasileiros, do que o Plano Real. A proposta de prorrogação da política de ganhos reais do salário mínimo, até 2019, é de nossa autoria. Mas de que adianta termos uma política de ganhos reais do salário mínimo, se nós paramos de crescer?”.
O candidato tucano disse que, se for eleito, fará “o desmonte do aparelhamento da máquina pública”. “Vamos qualificar a indicação dos nomes para a gestão pública. Vamos diminuir o tamanho do Estado, vamos diminuir o número de cargos comissionados, de livre provimento. O Estado tem que ter compromisso com o resultado, não com a companheirada. Tem que melhorar a saúde, a educação, o enfrentamento da criminalidade. Isso não se faz com a distribuição desmedida de cargos públicos”.
Aécio destacou os recentes apoios que recebeu de diversos partidos e disse que fica na expectativa de um possível apoio da candidata derrotada do PSB Marina Silva, terceira colocada no primeiro turno. “Eu não sou mais um candidato do PSDB ou da nossa aliança inicial. Sou um candidato das forças da mudança, que querem encerrar esse ciclo perverso de governo e colocar no lugar um outro, que faça o Brasil crescer e avançar nos seus indicadores sociais. Um programa de governo é uma obra em permanente construção. Sugestões serão sempre bem-vindas”. (Agência Brasil)