No segundo dia de visita à Bahia, a presidenta afastada Dilma Rousseff voltou a dizer ontem (17) que o presidente interino Michel Temer, com esse programa de governo, não seria eleito nas urnas. Para ela, o processo de impeachment que enfrenta é uma tentativa da oposição de barrar as investigações da Lava Jato.
“Acredito que esse processo de impeachment é um golpe”, destacou. “Temos duas situações [que teriam motivado o impeachment]: fim das investigações sobre corrupção e aplicar, no Brasil, um plano e um programa de governo que não passou pelas urnas e, justamente, porque não passou pelas urnas, eles só podem aplicar utilizando esse mecanismo que é um impeachment fraudulento e golpista”, acrescentou.
A declaração foi feita durante uma visita ao Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. Segundo o governo estadual, o espaço é o maior das Américas e vai receber a seleção cubana de judô, entre 22 de julho e 5 de agosto, para preparação aos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Em visita ao centro, Dilma Rousseff destacou a importância do esporte para a inclusão de crianças e adolescentes.
“Quando você vê esse avanço do judô e os meninos treinando, você percebe que o Brasil precisa de esportes e precisa ter condições de formar professores”, disse. “O esporte permite que as crianças sejam incluídas”, completou.
A presidenta foi perguntada sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de negar habeas corpus de pedidos de cidadãos para anular o processo de impeachment. Dilma negou ter conhecimento da decisão, mas se disse confiante de que a Corte se posicionará no momento certo. “Estamos ainda na fase preliminar do julgamento do impeachment, [quando estão] sendo apresentadas testemunhas, perícias e, a partir de agora, é que o julgamento começa, propriamente. É necessário que ele [processo] transcorra para que o Supremo se posicione e eu acredito que ele vai se posicionar diante de outras interrogações por parte da defesa, no nosso caso”, ressaltou.
Delações e vazamentos
Em relação às delações premiadas que ocorrem durante investigações de suspeitas de corrupção, Dilma disse que são legítimas, mas negou ser a favor de “vazamentos seletivos”. “Acredito que as delações fazem parte desse processo, porque foram aprovadas por uma lei de 2013. Não concordo com vazamentos seletivos, não concordo com o uso da investigação de forma parcial. Agora, sou a favor do processo e da investigação e acho que quem deve tem de prestar contas à justiça.” (Agência Brasil)
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