Brasília-DF - A presidenta Dilma Rousseff disse ontem (8), durante o lançamento do Programa Mais Médicos, que espera que médicos brasileiros atendam ao chamado do governo para trabalhar no interior do país e nas periferias das grandes cidades, mas que, se não houver interesse, o governo vai buscar os bons médicos onde eles estiverem.
“Acredito no interesse dos jovens brasileiros na proposta que fizemos, tenho confiança de que muitos vão comparecer. Mas se não tivermos brasileiros, buscaremos onde estiverem os bons médicos”.
Dilma disse que o pacto pela saúde, lançado pelo governo no fim de junho, vai ampliar a infraestrutura do setor e melhorar a formação dos médicos, mas que até lá, os brasileiros que vivem em cidades e regiões sem atendimento não podem mais esperar. “Até que tudo isso aconteça, pergunto a vocês: quem vai atender aos brasileiros que não têm acesso a médico? Estou falando do agora, dos próximos meses. Estou falando da justa e inquestionável reclamação dos brasileiros por uma saúde com mais qualidade agora”.
O Programa Mais Médicos prevê a contratação de médicos para atuar na atenção básica à saúde em municípios do interior e na periferia das grandes cidades. As vagas poderão ser preenchidas por profissionais formados no Brasil e no exterior, inclusive estrangeiros. A quantidade de vagas só será conhecida depois que os municípios apresentarem suas demandas, mas o governo estima que o número possa chegar a 10 mil.
“Não se pode obrigar um médico que prefira morar na capital a viver no interior, mesmo que a gente ofereça as condições. Ele tem o direito de trabalhar onde quiser, de viver com sua família onde preferir e de fazer o tipo de medicina que escolheu, mas precisamos admitir que algo deve ser feito para que todos os brasileiros tenham direito a médico e é isso que se está garantindo, que todos os brasileiros tenham acesso a médicos”, reiterou.
Na avaliação da presidenta, o Brasil precisa de médicos de “diferentes naturezas e para diferentes circunstâncias”. “Temos milhões de brasileiros, que antes de precisar de uma tomografia ou de exame de especialista – que são muito importantes – carecem do mínimo, de uma consulta com um competente e dedicado médico”, ponderou. “O povo mais pobre quer direito a saúde pública, de ser recebido, atendido, examinado por um profissional”.
Dilma diz que em todas as conversas que tem sobre saúde, o tema da humanização do atendimento é recorrente e que o investimento em profissionais é essencial para melhorar o serviço. “O conhecimento profissional, o contato humano, a palavra certa, valem mais que qualquer máquina de última geração. Todas as pessoas pedem humanização do atendimento e isso só se faz com pessoas, gente, profissionais. Podemos erguer o hospital mais moderno e ele será inútil se dentro dele não houverem bons médicos, enfermeiros e gestores”, comparou.
Além da contratação de médicos, o pacto pela saúde inclui medidas para formação de novos profissionais e investimentos na construção e melhoria de hospitais, unidades básicas de saúde e unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
“O pacto nacional que propus vem para acelerar soluções e para buscar novos caminhos para essa questão essencial. Dedicarei o melhor dos meus esforços e da capacidade para que brasileira tenham saúde de qualidade dentro do prazo mais curto possível”, disse. “Esse governo e essa presidenta não fogem à luta e essa é uma boa luta”. (Agência Brasil)
Publicado em Política na Edição Nº 14749
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