Cerca de 40 deputados solicitaram nessa terça-feira (20) à Mesa da Câmara a retirada de suas assinaturas do requerimento que pede a criação da chamada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Jato.
A criação da CPI foi proposta pelo líder do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), para investigar denúncias de irregularidades veiculadas pela imprensa relacionadas a delações premiadas no âmbito da Operação Lava Jato.
O requerimento foi apresentado no Plenário no dia 30 de maio, com número regimental de assinaturas de apoio (190). No momento, o assunto se encontra em análise na Mesa, que avalia se existem os requisitos exigidos pelo Regimento Interno para a criação de CPIs: fato determinado e prazo certo.
O regimento define fato determinado como o “acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do País, que estiver devidamente caracterizado” no requerimento de criação da comissão.
A Secretaria Geral da Mesa da Câmara informou que não se pode retirar assinaturas de um documento protocolado na Casa. Entretanto, metade mais um dos deputados que assinaram o pedido podem apresentar outro requerimento, pedindo a retirada do anterior.
Paulo Pimenta disse durante debate no Plenário sobre notícias falsas (fake news) que vários sites estão dizendo que o objetivo da CPI seria acabar com a Lava Jato. Segundo ele, o objetivo não é acabar com a operação e sim investigar as delações.
Apoio à Lava Jato
Ao pedirem a retirada de suas assinaturas, muitos deputados afirmam que, ao assinar o requerimento, não tinham a intenção de enfraquecer a Operação Lava Jato.
“Qualquer investigação que tenha por objetivo zelar pela lisura das atividades públicas e, consequentemente, a justa punição daqueles que se comportam em desacordo com isso, recebem nosso total e irrestrito apoio”, disse Júlio Delgado (PSB-MG).
“Percebi que meu apoiamento estava sendo usado de forma distorcida por setores da mídia, para induzir o pensamento de que esta é uma CPI contra a Operação Lava Jato como um todo, e não contra as questões pontuais delimitadas pelo requerimento”, afirmou Jose Stédile (PSB-RS). (Agência Brasil)
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