O problema das queimadas, a defesa da Amazônia e a preservação do meio ambiente foram temas discutidos no plenário da Assembleia Legislativa na sessão desta quarta-feira (28).

Os deputados Adelmo Soares (PCdoB), Cleide Coutinho (PDT) e Zito Rolim (PDT) abordaram o assunto na tribuna, observando que, por conta das queimadas, a Amazônia virou notícia nos principais canais de comunicação do país e do mundo. E o debate tomou conta das redes sociais, noticiários de TV e, inclusive, com discussão entre líderes políticos do cenário internacional.
Ao iniciar o discurso, o deputado Adelmo Soares lembrou que o Maranhão e mais oito estados  compõem a chamada Amazônia Legal, área que todos os anos tem sido palco de queimadas e de incêndios criminosos, com desdobramentos na  agropecuária e plantações  latifundiárias.
De acordo com o último relatório apresentado pelo Instituto Maranhense de Estudo Socioeconômicos e Cartográficos, que analisa os dados referentes aos meses de abril a junho deste ano, o Maranhão é o primeiro no ranking dos estados do Nordeste com maior quantidade de focos de incêndio e de queimadas.
“Quando eu fui secretário de Estado, três anos atrás, eu e o deputado Neto Evangelista formamos uma grande comissão com o Corpo de Bombeiros e o Maranhão passou por momentos mais terríveis em relação a queimadas na região leste, próxima a Barra do Corda e Presidente Dutra. Portanto, precisamos nos preparar para esse momento que está se aproximando cada vez mais”, afirmou Adelmo Soares.
Ele frisou que o governador Flávio Dino já solicitou apoio das Forças Armadas para ajudar no combate aos focos de incêndios que também assolam o Maranhão. “Nós precisemos formar comissões, sentar e discutir para evitar as queimadas. Tive a preocupação de ver quais os municípios estão com maiores problemas em relação às queimadas”, acrescentou.
Segundo Adelmo Soares, o município de Balsas se apresenta com mais de 1.300 focos de incêndio; o município de Mirador com quase mil; Fernando Falcão, Carolina, Riachão, Grajaú, Loreto, São Félix de Balsas, Alto Parnaíba e Sambaíba estão operando no limite máximo das queimadas.
“O governador Flávio Dino, também preocupado com isso, já fez uma importante reunião e criou uma sala de situação para que nós possamos estudar e avançar, ainda mais rapidamente no combate a essas queimadas”, acentuou Adelmo Soares.
Práticas sustentáveis - A deputada Cleide Coutinho afirmou que é preciso combater e evitar queimadas, assinalando que o governador Flávio Dino editou um decreto que proíbe uso de fogo para limpeza de áreas durante o período de estiagem.
“Como empresária, eu estou conclamando a todos para fazermos nossa parte. Não só os empresários, os pecuaristas, mas também toda a população fazer a sua parte. Conclamo os proprietários, fazendeiros, sitiantes e de outros imóveis para tomar cuidado, evitando incêndios e combatendo os focos de queimada nas fazendas, sítios, quintais ou terrenos baldios próximos a áreas rurais”, discursou Cleide Coutinho.
Ela frisou ainda que as queimadas devastam a vegetação, matam os animais, causam prejuízos enormes ao meio ambiente, à economia e à população.
“O Brasil e o Maranhão, infelizmente, estão tendo prejuízos enormes de margem de recursos por conta das queimadas irresponsáveis ou involuntárias que surgem de todos os lugares”, acrescentou a parlamentar.
Segundo ela, o decreto editado pelo governador Flávio Dino alerta que, mesmo nos casos em que o emprego de fogo em práticas agropastoris ou florestais seja legalmente autorizado, deve haver substituição por práticas sustentáveis sempre que possível.
“Um cigarro aceso, jogado no mato pode causar um grande incêndio de pastagens, da floresta, da vegetação rasteira de proporções incontroláveis. A falta de aceiros adequados também. Morrem o gado e todas as espécies de animais e vegetais”, advertiu a deputada Cleide Coutinho.
Campanhas educativas - O deputado Zito Rolim, em seu discurso, disse que alguns produtores, sobretudo os médios fazendeiros, preparam-se contra queimadas com estrutura própria para combater o início de incêndios.
“Mas aqueles que não têm essa estrutura e muitas vezes pelo fogo provocado por pequenos agricultores que não se organizam e ao fazerem as queimadas dos seus roçados, que na maioria deles são feitos de forma manual, a roça no toco, causa grande prejuízo não só pela queima do pasto, mas também pela dificuldade que vai ter o criador em manter o seu rebanho”, afirmou Zito Rolim.
Para ele, o problema é  preocupante e se faz necessário o esclarecimento de toda a sociedade, com campanhas educativas voltadas especialmente para os produtores.
Zito Rolim elogiou a postura do governador Flávio Dino na reunião dos governadores da Amazônia Legal com o presidente Jair Bolsonaro.
“O governador do Maranhão demonstrou a sua capacidade, o seu equilíbrio e a sua intenção em ajudar, principalmente, o nosso estado. Portanto, quero parabenizar o nosso governador, que se saiu muito bem naquela reunião, a ponto de ter obtido grande repercussão nacional”, ressaltou Zito Rolim. (Manoel Santos / Agência Assembleia)