Acompanhado pelo ministro do Planejamento, Romero Jucá, o presidente interino Michel Temer entrega o projeto de lei que altera a meta fiscal ao presidente do Senado, Renan Calheiros

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, anunciou que vai se licenciar do cargo a partir desta terça-feira (24) para que possa se defender da acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Jucá disse que vai entrar com uma ação para que o Ministério Público informe se existe algo que o comprometa e negou, mais uma vez, ter agido no sentido de atrapalhar as investigações.

O anúncio foi feito logo depois de o presidente interino da República, Michel Temer, ter comparecido pessoalmente ao Congresso Nacional para entregar a nova proposta de meta fiscal para 2016, que prevê déficit de R$ 170,49 bilhões.
Jucá participou da reunião entre Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros, no gabinete da Presidência do Senado, junto com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e parlamentares da base governista.

Manifestação 

Todos foram recebidos aos gritos de “golpistas” por manifestantes que se misturaram às dezenas de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos que se aglomeravam diante do gabinete de Calheiros.
Ao chegar a seu gabinete, 20 minutos antes da chegada de Michel Temer, Renan Calheiros foi recebido pela deputada Moema Gramacho (PT-BA), que exibia cartazes contra o governo do presidente da República interino e cobrava a prisão de Jucá.
A deputada foi abordada pela segurança do Senado, que chegou a rasgar faixas, sob protesto de manifestantes que acompanhavam a deputada. “Jucá tem que ser preso como fizeram com o Delcídio do Amaral”, dizia a Gramacho.
A chegada de Temer foi mais tumultuada ainda. O presidente interino percorreu os 20 metros que separavam a saída do elevador da sala de Calheiros sob vaias. Ele não fez declarações.

Meta Fiscal

A meta fiscal entregue pessoalmente por Michel Temer a Renan Calheiros precisa ser votada pelo Congresso até 30 de maio para entrar em vigor no lugar da atual meta, que consta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), de superavit de R$ 24 bilhões nas contas primárias do governo federal. O novo déficit calculado pela equipe de Henrique Meirelles substituirá o enviado pela presidente afastada Dilma Rousseff, de R$ 96,6 bilhões, constante do PLN 1/16. O aumento é de 76,3%. (Agência Câmara)