O diretório nacional do DEM decidiu expulsar Walter Delgatti Neto do partido. Suspeito de invadir telefones celulares, incluindo os aparelhos de autoridades públicas como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, Neto foi detido em caráter temporário na terça-feira (23), no âmbito da Operação Spoofing, da Polícia Federal (PF). 

Em nota divulgada ontem (25), o DEM informou que a expulsão sumária foi determinada pelo presidente nacional da legenda, Antonio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador (BA). Mesmo com a investigação ainda em curso, para ACM Neto está claro que Walter descumpriu dever éticos previstos no Estatuto do partido.
Admitindo a tese de que o filiado está “envolvido com o ataque hacker a celulares de autoridades”, o partido defende que a Justiça esclareça os fatos “e que os envolvidos no processo criminoso sejam punidos de forma efetiva e com todo o rigor”.
Walter era filiado ao diretório de Araraquara, cidade do interior de São Paulo onde reside. Segundo o DEM, ele não tem participação ativa no cotidiano partidário e a legenda não pode se responsabilizar pelas atitudes de seus milhares de filiados. “Condenamos, de maneira veemente e dura, o cometimento de qualquer ato de irregularidade por quem quer que seja – filiado ao DEM ou outras legendas”, acrescenta o diretório nacional na nota assinada por ACM Neto.
Ontem (25), o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a Polícia Federal (PF) verificou que aparelhos celulares usados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, também foram alvos da ação do grupo que, de acordo com a PF, pode ter invadido ao menos mil linhas telefônicas.
Além de Walter, estão detidos, em Brasília, Danilo Cristiano Marques; Gustavo Henrique Elias Santos e sua companheira, Suelen Priscila de Oliveira. Anteontem (24), o advogado do casal Gustavo-Suelen, Ariovaldo Moreira, revelou a jornalistas que seu cliente confirmou que, há alguns meses, Walter lhe enviou, pelas redes sociais, imagens de uma suposta mensagem enviada pelo então juiz federal Sergio Moro a outras autoridades públicas.
“Segundo Gustavo, Walter mostrou a ele algumas interceptações de uma autoridade há algum tempo. Essa autoridade era o hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, mas Gustavo negou qualquer envolvimento com a interceptação dessas mensagens. E, inclusive, chegou a alertar Walter que aquilo lhe causaria problemas”, disse o advogado, acrescentando que Gustavo não denunciou Walter pela relação de amizade que mantinham, embora já não se encontrassem há algum tempo. (Agência Brasil)