O argumento usado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a retirada do sigilo da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado constitui uma declaração “criminosa”, disse ontem (16) o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Em seu pedido, Janot escreveu querer evitar “uma crise institucional” no país, após o vazamento de trechos da delação. Para Renan, o procurador-geral “assume a paternidade do vazamento”.
Renan Calheiros disse que irá conversar com o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, para colocar o Senado à disposição das investigações sobre o vazamento de seu pedido de prisão. Em entrevista de mais de meia hora, no Salão Azul, Renan criticou duramente os atos praticados por Janot, que, para ele, teriam o objeto de “expor e enfraquecer a instituição”.
Após ter dito, anteontem (15), em plenário, que tomaria uma decisão até a semana que vem sobre o pedido de impeachment de Janot, Renan especificou que o fará na próxima quarta-feira (22).
Ele disse estar com a consciência “absolutamente tranquila” a respeito de sua condição para analisar o pedido, mesmo tendo sido alvo do pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da União (PGR), mas acrescentou que irá se declarar impedido de dar um parecer, caso tenha sido citado na solicitação de impeachment.
O pedido de impeachment contra Janot apresentado na terça-feira à noite, por duas advogadas ligadas a entidades que defendem o impeachment de Dilma, traz como um dos argumentos os pedidos de prisão de Renan, do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente da República José Sarney, feitos pelo Ministério Público.
Consciência - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ainda que as alegações, “mais do que mentirosas, totalmente criminosas”, feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em sua delação premiada, não vão prejudicar o andamento das propostas apresentadas pelo governo interino no Senado. (Agência Brasil)
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