Brasília-DF - Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira quebrou nessa quarta-feira os sigilos bancário, fiscal e telefônico do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Na mesma sessão, os parlamentares resolveram adiar a quebra de sigilos do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e dos deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Stepan Nercessian (PPS-RJ) e Sandes Júnior (PP-GO). Os deputados já apresentaram suas defesas.
Quanto ao senador Demóstenes não houve muita discussão, pois, na avaliação dos parlamentares, segundo as diversas interceptações telefônicas da Polícia Federal (PF) nas operações Vegas e Monte Carlo, as ligações dele com o contraventor Carlinhos Cachoeira justificam a quebra de sigilo.
De acordo com o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), já há indícios para que se peça a quebra de sigilo de Perillo porque há 253 citações ao governador nas escutas telefônicas e porque os cheques da compra de uma casa foram depositados em sua conta com dinheiro que supostamente pertence ao esquema de corrupção de Cachoeira.
Porém, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) argumentou que ainda não é a hora para quebra de sigilo dos governadores citados porque é preciso avançar nas investigações. A oposição queria incluir também a quebra de sigilo do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que não chegou a ser discutida. Para a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), não se pode escolher entre os governadores na hora da quebra de sigilo, e é preciso ter um tratamento igual para todos.
Sigilos
A CPMI também requisitou os dados bancários e telefônicos de 19 empresas citadas nas investigações e de Cláudio Kratka, citado pela PF como agiota que facilitaria a lavagem de dinheiro do esquema no Distrito Federal.
Os parlamentares ainda decidiram pedir ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), do Banco Central, informações sobre movimentações financeiras atípicas de Demóstenes e de Cachoeira. (Agência Câmara)
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