Brasília-DF - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira ouvirá nesta semana o ex-diretor da empresa Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM e atualmente sem partido-GO).
Cláudio Abreu, que está preso, vai depor na CPMI nesta terça-feira (29), às 10 horas. Ele é investigado por supostamente ser o principal operador do contraventor Carlinhos Cachoeira. Já o senador será ouvido na quinta-feira (31), às 10h15. Ele é acusado de uso do cargo para favorecimento das atividades de Cachoeira.
Os advogados de Abreu já conseguiram da ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), o reconhecimento do seu direito de permanecer em silêncio para não se incriminar e de ser acompanhado por seu advogado.
Nessa semana, tanto Cachoeira quanto três dos acusados de serem seus assessores se mantiveram em silêncio diante dos questionamentos dos parlamentares.
Análise de documentos - O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), já disse anteriormente que a comissão conta com outros instrumentos de investigação e não depende apenas de depoimentos. Para o relator, é preciso se debruçar sobre os documentos das investigações da Polícia Federal já recebidos pela comissão e de informações decorrentes dos pedidos de quebra dos sigilos telefônico e bancário dos acusados de participar da organização criminosa de Carlinhos Cachoeira.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) concorda com o relator. “Nós temos que trabalhar muito mais com as informações que já temos do que com depoimentos de incriminados. Eles não vão colaborar com o País nem com a CPMI, mas isso não vai atrapalhar o trabalho.”
Quebra de sigilo - A CPMI poderá pedir novos documentos na terça-feira, se aprovar os pedidos de quebra de sigilo da empreiteira Delta nacional. A comissão já aprovou a quebra do sigilo fiscal da Delta Centro-Oeste.
Odair Cunha disse que há indícios de que a direção nacional da empresa sabia das operações feitas por Cláudio Abreu com Cachoeira. Ele lembrou que Abreu tinha até procuração para movimentar as contas nacionais da empresa.
“A agenda prevista para nós decidirmos esse tema seria dia 5. O Plenário quer antecipar para terça-feira, não há problema. Vamos enfrentar esse tema”, disse o relator.
Também poderão ser votados na terça-feira os pedidos de convocação dos governadores Marconi Perillo (Goiás), Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro). (Agência Câmara)
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