Roque de Sá/Agência Senado

Em seu pedido, Rui Falcão cita uma matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo em 18 de outubro de 2018. Nessa matéria, afirma-se que a AM4 contratou a empresa Yacows para fazer disparos em massa de mensagens, por meio do sistema Bulk Services.

De acordo com o requerimento, outra publicação do jornal Folha de São Paulo, feita em 26 de outubro de 2018, informa que os dados do Bulk Services relativos à campanha de Bolsonaro foram apagados horas após a publicação da primeira matéria.
Segundo o deputado, a prestação de contas do então candidato Jair Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que a empresa teria sido a maior prestadora de serviços da campanha, somando R$ 650 mil.
Falcão também afirma que um dos sócios, Marcos Aurélio Carvalho, integrou a equipe de transição do presidente eleito e foi definido pelo jornal O Globo como “marqueteiro digital” da campanha de Bolsonaro.
Para o parlamentar, os depoimentos dos sócios da AM4 são fundamentais para o esclarecimento das acusações que pesam sobre a empresa.
Em depoimento na CPI na última quarta-feira (19), o empresário Lindolfo Antônio Alves Neto, sócio-proprietário da Yacows, negou práticas ilícitas no envio de mensagens durante as eleições de 2018. Lindolfo confirmou que a empresa AM4, que trabalhou para a campanha de Jair Bolsonaro, contratou os serviços da Yacows para o envio de 20 mil disparos de mensagens. Segundo o sócio da Yacows, porém, foram usadas apenas cerca de 900 mensagens, para cerca de 900 destinatários. Lindolfo acrescentou que a AM4 forneceu o cadastro de destinatários, e afirmou que não se lembrava do conteúdo das mensagens.
Já no dia 11 de fevereiro, a CPI ouviu o depoimento de Hans River do Nascimento, ex-funcionário da Yacows. Ele contou que, no dia da lavra do acordo de seu processo trabalhista, estavam presentes advogados de outras empresas de marketing digital, como a AM4. Perguntado se haveria relação entre as empresas, River não soube explicar. (Agência Senado)