Presidente da República no momento da promulgação e responsável por convocar a Constituinte, em fevereiro de 1987, o senador José Sarney (PMDB-AL) citou como conquistas importantes a estabilidade democrática; a transparência do Estado; a ampliação dos direitos sociais; e a liberdade de imprensa. Nos últimos 25 anos, assinalou, o Brasil não teve nenhuma crise institucional.
O senador disse ainda ter sido “a primeira vítima” da abertura proporcionada pela Constituição, referindo-se a críticas que marcaram os últimos anos de sua passagem pela Presidência da República. Para Sarney, ele, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Artur Bernardes (1922-1926) foram os presidentes mais atingidos pela imprensa, Bernardes, no entanto, governou sob estado de sítio durante quase todo o seu mandato, ao passo que Sarney e Lula respeitaram as liberdades políticas.
– Em nenhum momento. Mesmo quando era afrontado no Congresso Nacional, o senhor levantou um único dedo ou disse uma única palavra para criar dificuldade aos trabalhos da Constituinte – testemunhou Lula. Na opinião do petista, Sarney sabe que o presidente da República não é dono do país, mas de um mandato com data para começar e para terminar.
– Já que Ulysses Guimarães [1916-1992] não está mais entre nós, quero lhe dizer que o senhor merece a minha homenagem pelo seu comportamento digno e por permitir que nós disséssemos todos os desaforos que pensávamos ter o direito de dizer sem que, em nenhum momento, se sentisse afrontado por isso – enfatizou Lula. (Agência Senado)