O Consórcio dos Municípios da Estrada de Ferro Carajás no Maranhão (COMEFC) realizou, nesse final de semana, três audiências públicas nos municípios impactados pela ferrovia Carajás. A comitiva do consórcio passou pelos municípios de Itinga, Vila Nova dos Martírios e Cidelândia. Os encontros serviram para discutir a necessidade de melhoria na qualidade de vida dos moradores das comunidades que margeiam a ferrovia.
Nas três audiências, mais de 700 pessoas participaram e entenderam as pautas reivindicadas pelo consórcio em favor das mais de 450 mil famílias afetadas. Em Vila Nova dos Martírios, a presidente do COMEFC, Cristiane Damião, disse que o consórcio já é considerado a maior luta política dos últimos 50 anos. “Não entramos nessa luta para ganhar migalhas, estamos perseverando por aqueles que sofrem com as mazelas deixadas por esta ferrovia. Passamos por momentos muito difíceis em nossos municípios, mas estamos esperançosos que esse cenário irá evoluir”, disse a presidente.
Nas três audiências, estiveram presentes: a prefeita de Bom Jardim, Lidiane Rocha; a prefeita de Vila Nova dos Martírios, Karla Batista; a prefeita de Itinga, Vete Botelho; o prefeito de Cidelândia, Ivan Antunes; o prefeito de São Pedro D’Água Branca, Vanderlúcio; a prefeita de Bom Jesus das Selvas, Cristiane Damião; além dos vereadores, secretários, equipe técnica MCM Consultoria, lideranças comunitárias e religiosas e comunidade em geral.
A prefeita de Itinga, Vete Botelho, explicou que a Vale S.A nunca havia dado respostas sobre os questionamentos levantados pelas comunidades. “Antes nós tínhamos apenas diálogos isolados, sem qualquer retorno. Hoje, podemos afirmar que estamos caminhando para novos tempos, mudanças estão por vir”, falou a prefeita.
Já a prefeita Karla Batista disse que de nada adiantaria existir a extração de minério de ferro e outros produtos no estado do Pará se o Maranhão não cedesse o solo para a VALE passar com suas riquezas. “Precisamos ser ressarcidos de forma unitária. A riqueza só chega aos outros países se o Maranhão ceder seu espaço. Enquanto isso, um rastro de miséria é deixado em nossas cidades. É por isso que o consórcio almeja alavancar a saúde, a renda e a qualidade de vida do nosso povo”, concluiu Karla.
O anfitrião do município de Cidelândia, Ivan Antunes, falou que a riqueza é do Brasil, por isso não é justo continuarmos aceitando ofertas de momento, é preciso valorizar e investir em ações a médio e longo prazo. “Traremos o que é justo, o que é nosso. Em nenhum momento o consórcio desistiu de suas metas. Vamos ajudar aqueles que mais precisam”, concretizou o prefeito.
O COMEFC entra em sua 22ª audiência pública. As articulações para que a Vale inicie projetos para melhoria do índice de Desenvolvimento Humano (IDH), nestas cidades, continua. Nesta sexta-feira (20), o consórcio juntamente com a Comissão Especial da Mineração, promoverá o Encontro Regional no Maranhão sobre o Novo Marco da Mineração. O objetivo do encontro é discutir sobre o regime de aproveitamento das substâncias minerais. (Assessoria)
Publicado em Política na Edição Nº 14807
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