A Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo (CNVC) vai a Anapu, no Pará, para ouvir as famílias de vítimas de conflitos agrários. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, entre julho e outubro deste ano, sete pessoas foram executadas na região, vítimas de disputas de terras.

A proposta foi apresentada pelo Ministério Público Federal em reunião extraordinária da Ouvidoria Agrária Nacional nessa semana.
O objetivo da equipe que irá ao Pará é colher depoimentos e informações das famílias para tentar esclarecer os crimes cometidos.
O procurador do Ministério Público Federal Felício Pontes ressalta a importância do trabalho da comissão para elucidação dos casos.
“Nós não teríamos uma outra possibilidade de conhecer os reais mandantes desses crimes que estão conhecendo no campo, porque as pessoas tem receio de falar para a polícia local, represália, temendo serem as próximas vítimas.”
O procurador explica que as informações são importantes para a identificação dos criminosos e para o combate à ação dos grileiros.
“São informações importantíssimas para que se possa agir tanto no combate à grilagem de terra, como nos homicídios - que se possa saber quem são as pessoas, quem são os assassinos desses trabalhadores rurais e começar um processo penal que os leve à punição.” O município de Anapu tem um longo histórico de conflitos agrários. Em 2005, a missionária Dorothy Stang, que atuou por cerca de 20 anos com trabalhadores rurais, foi assassinada a tiros. (Agência Brasil)