Com crescimento de 12% em relação a 2015, a movimentação de cargas do complexo portuário maranhense finalizou 2016 com 166,2 milhões de toneladas exportadas. O resultado positivo marcou superávit de US$ 108,2 milhões na balança comercial maranhense, evento que não ocorria desde 2008, como foi atestado pelo Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc).
A Balança Comercial mede as importações e exportações de bens entre regiões e países e é favorável quando o volume de exportações (venda) é maior do que as importações (compra).
Em 2016, o volume de exportações movimentou US$ 2,1 bilhões, enquanto as exportações somaram US$ 2,2 bilhões. O Porto do Itaqui fechou o ano com o maior crescimento das exportações de grãos em relação aos demais portos do Arco Norte, formada também pelos estados de Rondônia, Amazonas, Amapá e Pará.
O Porto do Itaqui também é líder no escoamento de soja e milho produzidos no Matopiba, região considerada como grande fronteira agrícola nacional da atualidade, que reúne espaços dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A região produziu 12,7 milhões de toneladas entre 2015 e 2016, produção escoada em boa parte via Porto do Itaqui. Com os incentivos e o estímulo ao setor produtivo e ao modal portuário maranhense, a projeção para os próximos dez anos é que o número dobre para 24,4 milhões de toneladas.
O presidente da Emap, Ted Lago, explica que o bom desempenho do Porto do Itaqui é fruto de trabalho de planejamento, voltado para aprimorar os mecanismos de bom desempenho do porto. “Desde o início dos trabalhos, em 2015, elaboramos um plano de ação voltado para o avanço nos investimentos, com a integração de cargas ligando pontos para que o Itaqui se torne, em médio prazo, um hub regional e se consolide como porto preferencial do Corredor Centro Norte do país”, disse.
Mais crescimento em 2017
Para 2017, as estimativas apontam ainda mais crescimento do valor das exportações, com perspectiva de crescimento de US$ 300 milhões para a soja e US$ 100 milhões para o milho para o Maranhão.
Com os estímulos e metas do governo estadual para diversificação das cadeias produtivas espera-se ainda o crescimento nas exportações do complexo bovino, sobretudo na cadeia de couros que cresceu significativamente em 2016 e já possui projetos logísticos para transporte portuário.
Além do aumento da produção agrícola, a recuperação dos preços do minério de ferro deverá garantir o crescimento da demanda externa. Já a recuperação do preço internacional do alumínio, com perspectiva de bons resultados para alumina calcinada, estimulará a retomada da produção de alumínio primário dentro do Estado.
Felipe de Holanda, economista e presidente do Instituto Maranhense de estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), órgão que monitora as movimentações da Balança Comercial Maranhense, acredita que mesmo com a crise nacional, as ações do governo do estado garantirão mais crescimento na movimentação portuária. “Apesar da redução de grãos exportados e combustíveis importados pelo Porto do Itaqui em 2016, observamos neste ano uma diversificação na pauta de exportações e a continuidade dos investimentos na expansão da capacidade operacional do Porto”, avalia.
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