Brasília-DF - Depois de mais de quatro horas de reunião e cinco intervalos para negociações, a direção dos Correios e representantes dos funcionários da empresa chegaram a um acordo para acabar com a greve deflagrada há 21 dias. A proposta negociada na tarde de ontem (4), durante audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), será encaminhada hoje (5) para avaliação em assembleias dos 35 sindicatos dos funcionários, com indicativo de aprovação pelo comando de greve. Se as condições forem aceitas, a greve será encerrada na próxima quinta-feira (6).
A categoria abriu mão do abono de R$ 500 que foi oferecido pela empresa em troca do pagamento do aumento real de R$ 80 a partir de outubro. Esse aumento estava previsto para ser pago só a partir de janeiro. Também foi mantida a proposta de reajuste linear do salário e dos benefícios de 6,87% retroativo a 1º de agosto, além de um benefício para ressarcir o valor gasto pelos empregados com medicamentos.
Em relação ao desconto dos dias parados, a proposta acordada prevê que a empresa devolva os seis dias que já foram descontados dos trabalhadores em folha de pagamento suplementar até a próxima segunda-feira. Posteriormente, a empresa poderá fazer novamente o desconto na proporção de meio dia de trabalho por mês, mas o trabalhador terá a opção de ter o desconto em um prazo menor.
Os outros 15 dias de greve que não foram descontados dos trabalhadores deverão ser compensados com trabalho extra nos fins de semana e feriados, de acordo com a necessidade da empresa, até o segundo domingo de maio de 2012. A empresa deverá convocar os funcionários para o trabalho extra com no mínimo 72 horas de antecedência. (Agência Brasil)
A greve em Imperatriz
Em Imperatriz, 29 funcionários dos Correios aderiram à greve. Além da reivindicações comuns à categoria em nível nacional, os grevistas da cidade reclamam das más condições de trabalho. Wadam Barbosa, do movimento grevista, denuncia que os carteiros estão sobrecarregados. “Em Imperatriz são oito bairros em que não há entrega, hoje os Correios aqui têm 30 carteiros, quando no mínimo deveria ser de 60 (…). No período normal quando estamos trabalhando, tem gente que pergunta se estamos em greve, pela demora na entrega”.
A categoria ainda reclama de falta de segurança nas agências e, segundo o representante do Sub-sede do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, os funcionários de outras cidades se queixam de acúmulo de serviço. “Tem gerente em cidades pequenas fazendo a função de vigilante, de atendente, de zelador”, diz Wadan Barbosa.
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