Tendo como objetivo a elaboração de  um relatório técnico ao Riacho Cacau, desde a sua foz, onde o mesmo deságua no Rio Tocantins, até o município de Davinópolis, foco de grandes inundações na última cheia de 2019, técnicos da Codevasf estiveram em Imperatriz no mês de setembro por solicitação da diretoria da área de desenvolvimento integrado e infraestrutura para que, em razão  de visita técnica ao município de Balsas, fosse realizado breve relato do território da bacia hidrográfica do Rio Cacau, principalmente na região compreendida pelo Parque  Alvorada, em Imperatriz, assim como Davinópolis.
De acordo com o relatório apresentado à diretoria da Codevasf, ao chegar a Imperatriz o analista de desenvolvimento regional, Igor Soriano, foi recebido por moradores das regiões atingidas pelas cheias do Cacau,  assim como pelo vereador Zesiel e o ex-prefeito Madeira, e de lá seguiram para uma expedição à ponte da T -126, que interconecta os estados do Maranhão e Tocantins e passe pela ponto sobre o Rio Tocantins.
Ao chegar na região da foz do Riacho Cacau identifica-se um intenso processo erosivo nas margens com grande carreamento de sedimento para o leito do rio, como baixa preservação de vegetação nativa na desembocadura, Depois seguiram para Davinópolis, onde membros da comitiva alegaram ter acontecido um óbito e que grande parte da população ficou ilhado. Ao chegar em Davinópolis, seguindo de jusante a montante do Cacau, evidenciou-se que nada foi feito  desde a última cheia e detritos, galhos e grande porção de sedimentos que foram carretados desde a última calamidade não foram retirados do fluxo natural do rio.
Ainda em Davinópolis foi identificada  uma grande quantidade de construções irregulares às margens do Riacho Cacau, estrangulando uma seção natural, o que potencializa as consequências de uma possível futura inundação. Além destas construções,  existem também  construções provisórias para captação de água deste riacho para fins de construção civil, piscicultura, dentre outras finalidades.
Ainda segundo o relatório, outra atividade que se deve considerar como potencializadora de inundações em situação de chuvas intensas são a piscicultura e a criação de gado, conforme foi relatado, e que no período de chuva os tanques são utilizados para reter água para o período seco. Porém, na última chuva, ocorrida em abril deste ano, mais de 40 açudes/barraginhas se romperam, o que provavelmente potencializou  a onda de cheia que inundou as regiões de Davinópolis e Imperatriz.

Análise Técnica
Identifica-se que, após a visita técnica,  que durou 4 horas, uma política de planejamento urbanístico (regramento para a construção de imóveis nas proximidades  do rio) bem como infraestrutura urbana (galeria de drenagem pluvial) seja uma solução efetiva para o problema que assolou  as regiões mencionadas da última cheia, ocorrida em abril de 2019.
Por outro lado, a construção de açudes de forma indiscriminada e irregular deve ser  fiscalizada, antes de tudo, já com foco  no próximo período chuvoso que se aproxima. A limpeza das margens com maquinário para retirada dos detritos deve ser imediatamente escalonada em regime de mutirão para garantir efetividade e, de forma eficiente, promover o fluxo natural do riacho. E para isso, as prefeituras de Imperatriz e Davinópolis têm papel  importantíssimo na articulação de políticas eficazes, bem como na continuidade dos serviços sazonais, sempre se antecipando ao período chuvoso.
Ao final, Igor Soriano afirma que "neste calabouço, focando em medidas protetivas, de preservação e de longo prazo, a Codevasf desenvolve ações de recuperações de áreas degradadas, como como a proteção de margens dos rios e o controle de processos erosivos. Desta forma, sugere-se levar a presente demanda para o conhecimento das áreas de revitalização das Bacias hidrográficas (AR) para providências de levantamento, verificação e, conforme planejamento e conveniência, propor quais ações e/ou estudos podem ser empreendidos na bacia hidrográfica do Riacho Cacau e prováveis resultados advindos destas iniciativas".
E nas considerações finais, ele cita que a expedição ocorrida no dia 2 de setembro no Riacho Cacau, mesmo sendo curta, foi satisfatória  para conhecer  a problemática evidenciada  por comunidades ribeirinhas e propor medidas de curto, médio e longo prazo, afim de garantir que, no futuro, o efeito de cheias naturais não sejam catastróficos para os cidadãos de Imperatriz e Davinópolis.